A Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV) inicia hoje as apurações das circunstâncias da morte de uma criança de quase 2 anos, esquecida pela mãe dentro do carro em Belo Horizonte. A menina, que faria aniversário em 14 de janeiro, ficou por cerca de cinco horas dentro do Fiat Uno da família, estacionado em local aberto em frente ao Aeroporto da Pampulha, onde a mãe, de 36, trabalha como técnica em eletrônica na Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
A mulher só se deu conta de que a filha havia ficado no veículo quando chegou a hora de buscá-la no berçário de uma escolinha vizinha, onde a menina deveria ter sido deixada. Ontem, no ABC paulista, um caso semelhante resultou na morte de um menino de 2 anos. Na sexta-feira, uma motorista que fazia transporte escolar irregular deixou um menino da mesma idade no carro enquanto foi à manicure, em um subúrbio de Rio de Janeiro. Ele foi socorrido, mas não resistiu.
A menina que morreu ontem em BH era levada todas as manhãs, pelo pai, à escolinha, que fica no Bairro Liberdade, na Pampulha. Embora o casal more no Caiçara, Noroeste de BH, o berçário ficava em local estratégico para a mãe, que, ao sair do trabalho, no aeroporto, pegava a filha no fim da tarde. Porém, nesta semana o marido dela viajou e a técnica em eletrônica ficou responsável por levar a criança à escolinha, por meio período. Porém, acostumada à rotina anterior, a mãe – que tem ainda um filho de 7 anos e uma filha de 6 –, foi direto para o trabalho e não percebeu que a caçula havia ficado na cadeirinha fixada no banco traseiro, atrás do banco do carona.
O sargento Alexander Martins, do 13º Batalhão da PM, que atendeu a ocorrência, contou que, em estado de choque, a mulher não soube informar se chegou ir até a creche pela manhã, com intuito de levar a menina. “Ela disse que se lembrava apenas de ter ido ao berçário para pegar a filha, como de costume. Quando chegou, foi informada de que a menina não havia sido deixada no local. Foi então que ela voltou ao carro e, ao abrir a porta, viu a criança na cadeirinha. A mãe passou mal e teve de ser amparada pelos funcionários do estabelecimento”, relatou o militar.
Segundo o sargento, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada. “Chegamos junto com o pessoal do Samu. A médica, ao perceber que a menina estava quente, a levou para a ambulância. Só então ela constatou que a criança estava quente devido à forte exposição ao calor dentro do carro, e que estava morta”, explicou Martins. Ainda, de acordo com o militar, depois de medicada em um hospital particular, a mulher seria levada para ao plantão policial para prestar esclarecimentos.
A diretora da escolinha em que a menina ficava disse que a mãe parecia certa de que a criança estava no local. “Ela chegou aqui e perguntou pela menina. Quando fomos até o carro, encontramos a garota no banco de trás”, contou. “Foi muito triste. Ela não costuma trazer a filha, sempre era o pai. Normalmente, a menina era deixada por volta das 8h, mas, como as outras duas crianças da família estão de férias, a mãe estava chegando às 10h.”
Uma dona de casa de 72 anos, que mora em frente à escolinha, viu toda a cena trágica. “Assim que ela percebeu a filha no banco de trás, começou a gritar em desespero: ‘Matei minha filha, matei minha filha’. Fui ver a criança, que estava caída na cadeirinha para a esquerda, com o corpo pálido e a boca roxa.” O cunhado da mãe, que foi à escolinha apoiá-la, disse que a mulher estava inconformada. “Ela disse que, se a filha tivesse morrido em um acidente, seria até compreensível, mas está se culpando pelo ocorrido.”
Enquanto isso...
... Acidente parecido
ocorre em São Paulo
Em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, um pai deixou ontem o filho dentro do carro, estacionado em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na cidade. Ele também não percebeu que tinha esquecido a criança, de 2 anos, e foi até a creche buscá-la. Só no local descobriu que o menino estava no veículo, já sem vida.
A mulher só se deu conta de que a filha havia ficado no veículo quando chegou a hora de buscá-la no berçário de uma escolinha vizinha, onde a menina deveria ter sido deixada. Ontem, no ABC paulista, um caso semelhante resultou na morte de um menino de 2 anos. Na sexta-feira, uma motorista que fazia transporte escolar irregular deixou um menino da mesma idade no carro enquanto foi à manicure, em um subúrbio de Rio de Janeiro. Ele foi socorrido, mas não resistiu.
A menina que morreu ontem em BH era levada todas as manhãs, pelo pai, à escolinha, que fica no Bairro Liberdade, na Pampulha. Embora o casal more no Caiçara, Noroeste de BH, o berçário ficava em local estratégico para a mãe, que, ao sair do trabalho, no aeroporto, pegava a filha no fim da tarde. Porém, nesta semana o marido dela viajou e a técnica em eletrônica ficou responsável por levar a criança à escolinha, por meio período. Porém, acostumada à rotina anterior, a mãe – que tem ainda um filho de 7 anos e uma filha de 6 –, foi direto para o trabalho e não percebeu que a caçula havia ficado na cadeirinha fixada no banco traseiro, atrás do banco do carona.
O sargento Alexander Martins, do 13º Batalhão da PM, que atendeu a ocorrência, contou que, em estado de choque, a mulher não soube informar se chegou ir até a creche pela manhã, com intuito de levar a menina. “Ela disse que se lembrava apenas de ter ido ao berçário para pegar a filha, como de costume. Quando chegou, foi informada de que a menina não havia sido deixada no local. Foi então que ela voltou ao carro e, ao abrir a porta, viu a criança na cadeirinha. A mãe passou mal e teve de ser amparada pelos funcionários do estabelecimento”, relatou o militar.
Segundo o sargento, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada. “Chegamos junto com o pessoal do Samu. A médica, ao perceber que a menina estava quente, a levou para a ambulância. Só então ela constatou que a criança estava quente devido à forte exposição ao calor dentro do carro, e que estava morta”, explicou Martins. Ainda, de acordo com o militar, depois de medicada em um hospital particular, a mulher seria levada para ao plantão policial para prestar esclarecimentos.
A diretora da escolinha em que a menina ficava disse que a mãe parecia certa de que a criança estava no local. “Ela chegou aqui e perguntou pela menina. Quando fomos até o carro, encontramos a garota no banco de trás”, contou. “Foi muito triste. Ela não costuma trazer a filha, sempre era o pai. Normalmente, a menina era deixada por volta das 8h, mas, como as outras duas crianças da família estão de férias, a mãe estava chegando às 10h.”
Uma dona de casa de 72 anos, que mora em frente à escolinha, viu toda a cena trágica. “Assim que ela percebeu a filha no banco de trás, começou a gritar em desespero: ‘Matei minha filha, matei minha filha’. Fui ver a criança, que estava caída na cadeirinha para a esquerda, com o corpo pálido e a boca roxa.” O cunhado da mãe, que foi à escolinha apoiá-la, disse que a mulher estava inconformada. “Ela disse que, se a filha tivesse morrido em um acidente, seria até compreensível, mas está se culpando pelo ocorrido.”
Enquanto isso...
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ocorre em São Paulo
Em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, um pai deixou ontem o filho dentro do carro, estacionado em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na cidade. Ele também não percebeu que tinha esquecido a criança, de 2 anos, e foi até a creche buscá-la. Só no local descobriu que o menino estava no veículo, já sem vida.