Jornal Estado de Minas

Depoimento de mãe que esqueceu filha em carro na Pampulha ainda não foi marcado

A mulher foi levada para a delegacia nessa quarta-feira, mas não conseguiu dar depoimento por estar em estado de choque. Corpo de menina será enterrado nesta quinta-feira

João Henrique do Vale
Velório acontece desde a manhã desta quinta-feira no Barreiro - Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A.Press
O inquérito que vai investigar o caso da menina esquecida dentro de um carro no Bairro Jaraguá, na Pampulha, será conduzido pela Delegacia de Homicídios de Venda Nova. A mãe da garota, que completaria dois anos em janeiro, não pôde ser ouvida na quarta-feira por estar em estado de choque. A data para o depoimento ainda não foi definida pela Polícia Civil. O corpo da vítima será enterrado às 17h desta quinta-feira.

Conforme a corporação, a mulher pode ser indiciada por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – ou abandono de incapaz. De acordo com a Polícia Civil, a mãe da criança foi levada par a Central de Flagrantes (Ceflan) na noite de ontem, mas se encontrava em estado de choque e não pôde prestar depoimento. O delegado de plantão ouviu os policiais militares que registraram a ocorrência. O caso deve ser investigado pela Delegacia de Homicídios de Venda Nova.


O corpo da garota está sendo velado, desde a manhã desta quinta-feira em uma capela da Região do Barreiro. Durante a cerimônia, os familiares e amigos da garota e da mãe dela estavam muito abalados e não quiserem prestar depoimentos sobre o caso. O enterro da criança está marcado para as 17h no Cemitério da Paz, na Região Noroeste de Belo Horizonte.

A criança, que completaria 2 anos em 17 de janeiro, era levada todas as manhãs, pelo pai, à escolinha, que fica no Bairro Liberdade, na Pampulha. Embora o casal more no Caiçara, Noroeste de BH, o berçário ficava em local estratégico para a mãe, que, ao sair do trabalho, no aeroporto, na mesma região, pegava a filha no fim da tarde. Porém, nesta semana o marido dela viajou e a técnica em eletrônica ficou responsável por levar a criança à escolinha, por meio período. Acostumada à rotina anterior, a mãe – que tem ainda um filho de 7 anos e uma filha de 6 –, foi direto para o trabalho e não percebeu que a caçula havia ficado na cadeirinha fixada no banco traseiro, atrás do banco do carona.

O sargento Alexander Martins, do 13º Batalhão da PM, que atendeu a ocorrência, contou que, em estado de choque, a mulher não soube informar se chegou ir até a creche pela manhã, com intuito de levar a menina. Segundo o militar, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada, mas não pôde fazer nada.

A diretora da escolinha em que a menina ficava disse que a mãe parecia certa de que a criança estava no local. “Ela chegou aqui e perguntou pela menina. Quando fomos até o carro, encontramos a garota no banco de trás”, contou. “Foi muito triste. Ela não costuma trazer a filha, sempre era o pai. Normalmente, a menina era deixada por volta das 8h, mas, como as outras duas crianças da família estão de férias, a mãe estava chegando às 10h.” (Com informações de Landercy Hemerson, Guilherme Paranaíba, e Cristiane Silva).