Em estado emocional visivelmente alterado, a mãe da menina que morreu depois de ter sido esquecida no carro da família no estacionamento do aeroporto da Pampulha, na quarta-feira, ainda não havia comparecido à delegacia ontem para prestar depoimento. Mesmo sem a oitiva, a assessoria de imprensa da Polícia Civil adiantou que o caso deve ser enquadrado como homicídio culposo. O crime é classificado como aquele em que não há intenção, apesar de a morte poder ocorrer por negligência, imperícia ou imprudência. Na avaliação do advogado criminalista Sérgio Leonardo, diretor-adjunto da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais (OAB/MG), a classificação é adequada, pelo menos a princípio. Mas ele acrescenta que a mulher pode ser beneficiada com o perdão judicial. “Isso ocorre nos casos em que o fato atinge o agente de forma tão grave, que a ação penal pode ser desnecessária”, explica.
O registro da ocorrência foi feito na noite da morte, na Central de Flagrantes da Polícia Civil e o caso deve ser investigado por uma delegacia de área de Venda Nova. Sérgio Leonardo explica ainda que a narrativa do boletim de ocorrência não dá evidências do delito de abandono de incapaz. “Está nítido, pelo menos a princípio, que a mãe não teve a intenção de fazer algo danoso à filha”, afirma, embora pondere que somente a investigação será capaz de esclarecer o que de fato ocorreu.
Um tio da criança pediu compreensão para a cunhada, acrescentando que ela estava em estado de choque. Sobre o andamento da investigação, ele espera que a mãe da criança não receba nenhum tipo de punição, por estar certo de que o sofrimento a que ela está sendo submetida é maior do que qualquer pena do Judiciário. “Há casos no Brasil em que a Justiça definiu que a dor da perda já é uma pena dura para esse tipo de acontecimento. Foi uma fatalidade muito grande e a família está completamente transtornada, ninguém acredita no que aconteceu”, disse o parente. Às 15h30, depois de uma corrente de orações, o corpo da menina deixou o velório e foi levado ao Cemitério da Paz, no Bairro Caiçara, Região Noroeste da capital, onde foi sepultado por volta de 16h30.
Dicas que podem salvar vidas
» Nunca deixe a criança sozinha dentro do carro, nem mesmo com o vidro levemente aberto
» Coloque algo que você vá precisar em sua próxima parada – como uma bolsa, almoço, mochila ou maleta – no piso perto do banco de trás, onde fica a cadeirinha. Esse ato simples pode prevenir o esquecimento acidental da criança, caso ela esteja dormindo
» Seja especialmente cuidadoso se você mudar sua rotina para deixar as
crianças na creche. Peça para a escola para avisar caso seu filho não chegue ao local alguns minutos após o horário de costume
» Certique-se de que todas as crianças já estão acomodadas devidamente nos dispositivos de contenção (bebê-conforto, cadeirinha, assento de elevação), quando o motor do carro já estiver em funcionamento. Isso limitará o acesso das crianças ao controle das janelas
» Tenha certeza de que todas as crianças deixaram o veículo quando chegar ao seu destino. Supervisione também as que estiverem dormindo
» Assim como qualquer corda ou cabo, os cintos do carro também podem representar riscos para as crianças. Não permita que elas brinquem com eles
» Ensine as crianças mais velhas a desabilitar as travas das portas de trás, caso fiquem presas não-intencionalmente no veículo
Memória
Dor que se repete
Quarta-feira (18/12) – Uma criança de 2 anos morre após ser esquecida dentro de um carro, no Bairro Anchieta, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo. Segundo informações da Polícia Militar, o carro estava estacionado na Rua 23 de Maio, próximo ao fórum da cidade. A corporação foi acionada por volta das 18h por pessoas que passavam pelo local. O pai da criança só retornou quando policiais militares já haviam constatado o óbito, e ficou transtornado.
Sexta-feira (12/12) – Uma criança de 2 anos morre da mesma forma, esquecida em um carro de transporte escolar irregular, sob sol forte, no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, a dona do veículo teria ido a uma manicure e deixado o menino no carro por quase duas horas. A criança entrou em estado convulsivo, chegou a ser atendida em uma unidade de saúde, mas não resistiu.
14/02/2013 – Um menino de 7 meses morre após ser deixado pelo pai dentro de um carro, por mais de cinco horas, em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Segundo a Polícia Militar, o pai, de 35 anos, supervisor de perdas e danos de um supermercado, saiu de casa às 8h para deixar a esposa no trabalho e, em seguida, a criança na casa da babá, mas estacionou o veículo, saiu para trabalhar e se esqueceu do filho. Só se deu conta quando voltou, às 13h, para almoçar.
O registro da ocorrência foi feito na noite da morte, na Central de Flagrantes da Polícia Civil e o caso deve ser investigado por uma delegacia de área de Venda Nova. Sérgio Leonardo explica ainda que a narrativa do boletim de ocorrência não dá evidências do delito de abandono de incapaz. “Está nítido, pelo menos a princípio, que a mãe não teve a intenção de fazer algo danoso à filha”, afirma, embora pondere que somente a investigação será capaz de esclarecer o que de fato ocorreu.
Um tio da criança pediu compreensão para a cunhada, acrescentando que ela estava em estado de choque. Sobre o andamento da investigação, ele espera que a mãe da criança não receba nenhum tipo de punição, por estar certo de que o sofrimento a que ela está sendo submetida é maior do que qualquer pena do Judiciário. “Há casos no Brasil em que a Justiça definiu que a dor da perda já é uma pena dura para esse tipo de acontecimento. Foi uma fatalidade muito grande e a família está completamente transtornada, ninguém acredita no que aconteceu”, disse o parente. Às 15h30, depois de uma corrente de orações, o corpo da menina deixou o velório e foi levado ao Cemitério da Paz, no Bairro Caiçara, Região Noroeste da capital, onde foi sepultado por volta de 16h30.
Dicas que podem salvar vidas
» Nunca deixe a criança sozinha dentro do carro, nem mesmo com o vidro levemente aberto
» Coloque algo que você vá precisar em sua próxima parada – como uma bolsa, almoço, mochila ou maleta – no piso perto do banco de trás, onde fica a cadeirinha. Esse ato simples pode prevenir o esquecimento acidental da criança, caso ela esteja dormindo
» Seja especialmente cuidadoso se você mudar sua rotina para deixar as
crianças na creche. Peça para a escola para avisar caso seu filho não chegue ao local alguns minutos após o horário de costume
» Certique-se de que todas as crianças já estão acomodadas devidamente nos dispositivos de contenção (bebê-conforto, cadeirinha, assento de elevação), quando o motor do carro já estiver em funcionamento. Isso limitará o acesso das crianças ao controle das janelas
» Tenha certeza de que todas as crianças deixaram o veículo quando chegar ao seu destino. Supervisione também as que estiverem dormindo
» Assim como qualquer corda ou cabo, os cintos do carro também podem representar riscos para as crianças. Não permita que elas brinquem com eles
» Ensine as crianças mais velhas a desabilitar as travas das portas de trás, caso fiquem presas não-intencionalmente no veículo
Memória
Dor que se repete
Quarta-feira (18/12) – Uma criança de 2 anos morre após ser esquecida dentro de um carro, no Bairro Anchieta, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo. Segundo informações da Polícia Militar, o carro estava estacionado na Rua 23 de Maio, próximo ao fórum da cidade. A corporação foi acionada por volta das 18h por pessoas que passavam pelo local. O pai da criança só retornou quando policiais militares já haviam constatado o óbito, e ficou transtornado.
Sexta-feira (12/12) – Uma criança de 2 anos morre da mesma forma, esquecida em um carro de transporte escolar irregular, sob sol forte, no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, a dona do veículo teria ido a uma manicure e deixado o menino no carro por quase duas horas. A criança entrou em estado convulsivo, chegou a ser atendida em uma unidade de saúde, mas não resistiu.
14/02/2013 – Um menino de 7 meses morre após ser deixado pelo pai dentro de um carro, por mais de cinco horas, em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Segundo a Polícia Militar, o pai, de 35 anos, supervisor de perdas e danos de um supermercado, saiu de casa às 8h para deixar a esposa no trabalho e, em seguida, a criança na casa da babá, mas estacionou o veículo, saiu para trabalhar e se esqueceu do filho. Só se deu conta quando voltou, às 13h, para almoçar.