O fim de ano é o momento mais propício para o apadrinhamento.
O casal entrou para o programa de apadrinhamento quando conheceu três irmãos, que hoje são seus filhos. Na época, uma menina de 11 anos, outra de 8 e um menino de 4 anos. “As meninas, por serem mais velhas, dificultavam que ele, mais novo, fosse adotado”, lembra o pastor. A situação mexeu com Paulo e Liliam, que pensaram que o trio não deveria ser separado. “Não tínhamos intenção de adotar.
Em julho de 2011, o casal iniciou o processo de apadrinhamento. Os meninos passaram a conviver com a família principalmente em datas festivas, como o Natal. “Pegávamos as crianças na sexta-feira à noite e os levávamos de volta aos domingos.”
Nessa convivência, o vínculo entre eles se estabeleceu de tal maneira que o que era apadrinhamento virou relação de paternidade. “A filiação não está ligada ao laço sanguíneo, mas à afetividade. Como estávamos como padrinho, construímos vínculos muito fortes. Não poderíamos mais ficar longe.” A família entrou com o processo de adoção há dois anos, mas ainda não tem a guarda definitiva. “O complicador é que eles foram vítimas de maus-tratos e abandono.”
COMPROMISSO
Muitos casais interessados em adotar não o fazem, porque temem um processo litigioso com os pais biológicos de quem os filhos foram afastados, em geral, por maus-tratos ou abandono. “Nesses casos, as crianças são ouvidas por psicólogos e assistentes sociais para dizer com quem querem ficar”, diz o pastor. Os especialistas alertam que a decisão de adotar tem que ser amadurecida, pois a relação de filiação não é a mesma do apadrinhamento. O processo de adaptação da criança ou adolescente dura de um a dois anos.
O apadrinhamento exige cuidado.
Como ser padrinho
O apadrinhamento é a chance de crianças que têm mais de 4 anos de idade, e não têm o perfil mais procurado para adoção, possam ter o acolhimento de uma família. As pessoas interessadas em vivenciar a experiência podem procurar o Centro de Voluntariado de Apoio ao Menor (Cevam ), na Rua dos Goitacazes, 71, Conjunto 1.407, Centro de BH. Para o período de 22 de dezembro a 2 de janeiro, as inscrições dos interessados foram feitas em novembro. “Não é uma forma de facilitar a adoção, mas no apadrinhamento pode surgir um amor com os afilhados”, diz a representante comercial Vanici Veronesi, de 38 anos, que integra o Grupo de Apoio à Adoção de Belo Horizonte (GAA-BH).
O processo é bem simples.
ADOÇÃO O processo de adoção é mais complexo. Os interessados devem entrar com o pedido na Vara da Infância (Avenida Olegário Maciel, 600). É preciso apresentar carteira de identidade, CPF, atestado médico sobre as condições físicas e mentais. Também é importante demonstrar idoneidade moral por meio de um atestado de bons antecedentes. O passo seguinte é preencher um formulário com informações sobre os interessados e também sobre o perfil da criança desejada. Mais informações podem ser obtidas no endereço www.gaabh.org.br.
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