Usuários do transporte coletivo em Belo Horizonte vão pagar mais caro pelo serviço a partir de amanhã. As tarifas de ônibus terão reajuste médio de 8,5%. O preço da passagem das linhas troncais do sistema, incluindo as do Move, perimetrais, diametrais e semi-expressas passa de R$ 2,85 para R$ 3,10. Também foram reajustadas as linhas circulares que passarão de R$ 2,05 para R$ 2,20. Cerca de 80% das linhas se enquadram na tarifa de R$ 3,10 e 18% nas de R$ 2,20 e R$ 0,70. O gerente Lucas Cota, de 24 anos, pega a linha 66 do Move e passará a pagar R$ 0,25 a mais por cada deslocamento de ida e volta. “O aumento onera muito. O reajuste foi maior que o do salário. Como isso, estão diminuindo o poder de compra da população”, reclama o jovem que mora no Bairro Heliópolis, na Região Norte, e trabalha no Centro.
Quem utiliza os táxis-lotação que circulam pelas avenidas Afonso Pena e Contorno também vai pagar mais caro pelo serviço. A passagem, que atualmente custa R$ 3,15 passará para R$ 3,40. Segundo a portaria da BHTrans, a atualização do preço acompanha as alterações de valores dos ônibus, para “manter o equilíbrio operacional entre os dois serviços”.
Na nota oficial em que informa o reajuste das tarifas, a BHTrans disse também que o aumento decorre da necessidade de cobrir custos operacionais e de insumos, como o óleo diesel e o salário dos funcionários das empresas de transporte coletivo da capital. A empresa que gerencia o transporte público na capital também disse que, no período de 2009 a 2014, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 39,17%, enquanto o reajuste acumulado da tarifa de ônibus em BH foi de 34,78%, “portanto, 11,2% menor do que a inflação geral (já considerando o reajuste tarifário em vigor a partir de 29 de dezembro.”
RECLAMAÇÕES O reajuste desagradou aos usuários. “É um aumento abusivo. Particularmente, pagarei esse valor para andar pouco mais de 1,5 quilômetro. Pego o ônibus na estação do BRT, na Avenida Santos Dumont, e desço próximo ao Hospital Belo Horizonte. O valor não equivale ao trecho e à qualidade do transporte, que é horrível”, afirma o comerciário Marcos Pereira Lage, de 52. Como mora no Bairro Bom Jesus e trabalha na Cidade Nova, ele precisa pegar, diariamente, duas conduções para ir e duas para voltar.
A costureira Maria dos Santos Filho, de 72, pode contar com a gratuidade do transporte na sua faixa etária. Nso entanto, diz que o reajuste irá sobrecarregar financeiramente os filhos. “O trabalhador não ganha suficiente para isso. Meus filhos são trabalhadores de baixa renda. Como fica a situação de quem tem um salário de R$ 720 por mês? Como gasta boa parte com transporte, não sobra nem para o lanche. O máximo que poderiam aumentar é R$ 0,05”, diz.
O assistente de exportação João Paulo Lima Costa, de 23, também já calcula os custos com o reajuste. Como mora em Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, e trabalha na Savassi, na Região Centro-sul, precisa pegar um ônibus integração metropolitano e uma linha do Move. “Pensei que o reajuste dos serviços públicos viria depois do aumento do salário mínimo”, diz. Para ele, o aumento da tarifa não é acompanhado da melhoria do serviço. “O transporte melhorou quase nada com o Move. É confortável, mas sempre é cheio. A linha que pego, às vezes fica 15 minutos parada no quarteirão da Avenida Santos Dumont.”
Os créditos válidos do Cartão BHBus Vale-transporte (cartão amarelo), adquiridos até 28 de dezembro, terão seu valor de compra mantido até o fim de sua validade. Caso queira, o usuário poderá trocar seus créditos antigos pelos valores das tarifas reajustadas em até 30 dias após a data do atual reajuste, sem complementação de valor.
Memória
Protestos em 2013
Em junho do ano passado, as manifestações contra o reajuste das tarifas do transporte coletivo tomaram conta do país, com protestos em quase todas as capitais e em cidades do interior. Em Belo Horizonte, o reajuste de 8% no valor da tarifa, em vigor desde janeiro, motivou os manifestantes. Pressionado, o prefeito Marcio Lacerda reduziu o valor da tarifa em R$ 0,15, com a passagem das linhas diametrais caindo de R$ 2,80 para R$ 2,65, preço vigente em dezembro de 2012. Em abril desse ano, a PBH descongelou o preço das tarifas, que passou de R$ 2,65 para R$ 2,85
NOVAS TARIFAS
» Linhas troncais Move e demais troncais do sistema, perimetrais, diametrais e semiexpressas de R$ 2,85 para R$ 3,10
» Linhas circulares e alimentadoras (ônibus na cor amarelo): de R$ 2,05 para R$ 2,20
» Linhas de vilas e favelas de R$ 0,65 ara R$ 0,70
» Linha executiva SE01 (Savassi/Cidade Administrativa) - de R$ 5,40 para R$ 5,80
» Linha Executiva SE02 (Buritis/Savassi) de R$ 4,35 para R$ 4,65
Quem utiliza os táxis-lotação que circulam pelas avenidas Afonso Pena e Contorno também vai pagar mais caro pelo serviço. A passagem, que atualmente custa R$ 3,15 passará para R$ 3,40. Segundo a portaria da BHTrans, a atualização do preço acompanha as alterações de valores dos ônibus, para “manter o equilíbrio operacional entre os dois serviços”.
Na nota oficial em que informa o reajuste das tarifas, a BHTrans disse também que o aumento decorre da necessidade de cobrir custos operacionais e de insumos, como o óleo diesel e o salário dos funcionários das empresas de transporte coletivo da capital. A empresa que gerencia o transporte público na capital também disse que, no período de 2009 a 2014, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 39,17%, enquanto o reajuste acumulado da tarifa de ônibus em BH foi de 34,78%, “portanto, 11,2% menor do que a inflação geral (já considerando o reajuste tarifário em vigor a partir de 29 de dezembro.”
RECLAMAÇÕES O reajuste desagradou aos usuários. “É um aumento abusivo. Particularmente, pagarei esse valor para andar pouco mais de 1,5 quilômetro. Pego o ônibus na estação do BRT, na Avenida Santos Dumont, e desço próximo ao Hospital Belo Horizonte. O valor não equivale ao trecho e à qualidade do transporte, que é horrível”, afirma o comerciário Marcos Pereira Lage, de 52. Como mora no Bairro Bom Jesus e trabalha na Cidade Nova, ele precisa pegar, diariamente, duas conduções para ir e duas para voltar.
A costureira Maria dos Santos Filho, de 72, pode contar com a gratuidade do transporte na sua faixa etária. Nso entanto, diz que o reajuste irá sobrecarregar financeiramente os filhos. “O trabalhador não ganha suficiente para isso. Meus filhos são trabalhadores de baixa renda. Como fica a situação de quem tem um salário de R$ 720 por mês? Como gasta boa parte com transporte, não sobra nem para o lanche. O máximo que poderiam aumentar é R$ 0,05”, diz.
O assistente de exportação João Paulo Lima Costa, de 23, também já calcula os custos com o reajuste. Como mora em Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, e trabalha na Savassi, na Região Centro-sul, precisa pegar um ônibus integração metropolitano e uma linha do Move. “Pensei que o reajuste dos serviços públicos viria depois do aumento do salário mínimo”, diz. Para ele, o aumento da tarifa não é acompanhado da melhoria do serviço. “O transporte melhorou quase nada com o Move. É confortável, mas sempre é cheio. A linha que pego, às vezes fica 15 minutos parada no quarteirão da Avenida Santos Dumont.”
Os créditos válidos do Cartão BHBus Vale-transporte (cartão amarelo), adquiridos até 28 de dezembro, terão seu valor de compra mantido até o fim de sua validade. Caso queira, o usuário poderá trocar seus créditos antigos pelos valores das tarifas reajustadas em até 30 dias após a data do atual reajuste, sem complementação de valor.
Memória
Protestos em 2013
Em junho do ano passado, as manifestações contra o reajuste das tarifas do transporte coletivo tomaram conta do país, com protestos em quase todas as capitais e em cidades do interior. Em Belo Horizonte, o reajuste de 8% no valor da tarifa, em vigor desde janeiro, motivou os manifestantes. Pressionado, o prefeito Marcio Lacerda reduziu o valor da tarifa em R$ 0,15, com a passagem das linhas diametrais caindo de R$ 2,80 para R$ 2,65, preço vigente em dezembro de 2012. Em abril desse ano, a PBH descongelou o preço das tarifas, que passou de R$ 2,65 para R$ 2,85
NOVAS TARIFAS
» Linhas troncais Move e demais troncais do sistema, perimetrais, diametrais e semiexpressas de R$ 2,85 para R$ 3,10
» Linhas circulares e alimentadoras (ônibus na cor amarelo): de R$ 2,05 para R$ 2,20
» Linhas de vilas e favelas de R$ 0,65 ara R$ 0,70
» Linha executiva SE01 (Savassi/Cidade Administrativa) - de R$ 5,40 para R$ 5,80
» Linha Executiva SE02 (Buritis/Savassi) de R$ 4,35 para R$ 4,65