Movimentos sociais de Belo Horizonte fazem uma manifestação nesta segunda-feira contra o aumento das passagens de ônibus. O reajuste de 8,49% começou a valer hoje. Os manifestantes questionam a forma como foram feitas as mudanças pela Prefeitura. O grupo invadiu duas estações do MOVE no Centro da capital e chegou a liberar as catracas por cerca de 20 minutos. A Polícia Militar (PM) teve que intervir e negociar com os líderes dos movimentos.
Por volta das 16h, os manifestantes se concentraram na esquina da Avenida Santos Dumont com Rua Rio de Janeiro. Aproximadamente 100 pessoas participavam do protesto. Cerca de uma hora e meia depois, um grupo entrou na estação e conseguiu liberar a catraca para os usuários do MOVE. O tumulto durou 20 minutos e teve fim com a intervenção do Batalhão de Choque da PM e militares do 1º Batalhão.
"A polícia estava acompanhando o protesto quando percebeu um pequeno atrito entre funcionários e manifestantes, e interviu.
Segundo os militares, não houve uso de força e ninguém saiu machucado. Menos de uma hora depois, os manifestantes invadiram mais uma estação. Desta vez, no cruzamento entre a Rua Espírito Santo e a Avenida Santos Dumont. O grupo chegou a fechar o trânsito durante 5 minutos. A polícia interviu novamente e os manifestantes foram retirados do local.
Por volta das 19h30, um grupo de 50 pessoas permanecia reunido na Praça da Estação, para discutir os próximos passos do movimento. Por enquanto, não há previsão de novos protestos para hoje ou amanhã.
Mais cedo, André Bueno, integrante do Movimento Tarifa Zero, afirmou à reportagem do em.com.br, que a agenda não estava confirmada. “Ainda não temos uma trajetória definida. À princípio vamos continuar pela Santos Dumont onde há um grande número de passageiros do Move”, comentou André Bueno, integrante do Movimento Tarifa Zero.
Pedido indeferido
O aumento das passagens já tinha sido questionado pelo Coletivo Margarida Alves. O grupo teve o pedido de antecipação de tutela indeferido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na noite de domingo. Havendo recurso, porém, a ação pode ser objeto de novo estudo no TJMG. Com a decisão fica valendo o reajuste anunciado pela BHTrans.
Os manifestantes questionam como o aumento foi feito. “O reajuste tem que ser feito pelo município de Belo Horizonte, mas acabou sendo feito pelo presidente da BHTrans”, explica Carolina Assad. Outro questionamento é que o Contrato de Concessão de Transporte Público que ora vige defina que o valor do reajuste só poderá será publicado até o dia 26 de dezembro. Mas, foi publicada em 27 de dezembro.
Os novos preços estipulados pela Prefeitura de Belo Horizonte são considerados abusivos. “Vamos lutando contra os aumentos que são abusivos. O contrato de concessão das empresas de ônibus é completamente ilegal em relação ao direito civil. Ele prevê uma margem de lucro”, comenta Bueno. “Na verdade a ideia do tarifa zero é engrandecer a lógica do transporte público que hoje é visto como mercadoria”, completou.