Jornal Estado de Minas

Avião monomotor cai no Anel Rodoviário de Belo Horizonte

Uma das asas da aeronave atingiu de leve a mureta central do Anel, se arrastou pelo asfalto, invadiu a pista marginal e bateu violentamente no muro de uma empresa. Piloto sofreu pequenos cortes no rosto e arranhões no corpo, mas conseguiu sair andando dos destroços

Corpo de Bombeiros socorreu piloto com avião acidentado no Anel Rodoviário de Belo Horizonte - Foto: Tulio Santos/EM/D. A. Press

O piloto Vinícius Tavares Fagundes Ferreira, de 23 anos, sobreviveu à queda da aeronave ontem à tarde às margens do Anel Rodoviário, no Bairro Carlos Prates, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Ele sofreu pequenos cortes no rosto e arranhões no corpo. O monomotor Cesna 210 prefixo PT -JCC ficou totalmente destruído. Vinícius saiu andando dos destroços, um pouco desorientado, segundo o sargento Jefferson Brolhiato, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), que também se salvou por sorte e evitou uma tragédia com veículos que circulavam na via.

O sargento contou que, por volta das 15h30, dirigia uma viatura pelo Anel, no sentido Vitória, e percebeu o avião se aproximando da pista muito baixo. De repente, a aeronave virou e ficou com a asa na vertical. O PM ligou o giroflex e diminuiu a velocidade do carro para “segurar” os veículos que vinham logo atrás dele.

Uma das asas da aeronave atingiu de leve a mureta central do Anel, se arrastou pelo asfalto, invadiu a pista marginal e bateu violentamente no muro de uma empresa, sem atingir ninguém.
“O avião passou a dois metros da viatura e achei que fosse bater na gente. Mas, graças a Deus, não atingiu nenhum veículo que passava pela via principal nem na marginal. Se tivesse passando um veículo mais alto no momento, como uma cegonheira, certamente seria atingido e seria uma tragédia. Para quem não acredita em milagre, esse foi um milagre”, disse o sargento.

O avião pertencia a uma rede de concessionárias de veículos. O piloto retornava do Rio de Janeiro, onde estava a trabalho, segundo o administrador da empresa, Carlos Alberto Gonçalves, de 52 anos. “Somente depois da perícia saberemos o que aconteceu. O avião passa por todas as inspeções e nunca apresentou problemas. O piloto é habilitado e de confiança”, disse ele. Vinícius recebeu os primeiros-socorros no local, por uma equipe médica de um hospital particular, e depois foi levado para o Hospital Unimed numa ambulância do Samu.

Não houve vazamento de combustível do avião, mas uma área foi isolada num raio de 500 metros pelos bombeiros, diante do risco de explosão. Apenas uma faixa no sentido Vitória do Anel foi interditada, mas a curiosidade dos motoristas que passavam e diminuíam a velocidade dos carros provocou engarrafamentos de três quilômetros nos dois sentidos.

Uma equipe da Infraero esteve no local. O avião estava regular com licenciamento válido até setembro de 2015. Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) eram aguardados do Rio de Janeiro para fazer a perícia e saber as causas do acidente.
A informação é que o avião decolou do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e pousaria no Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha, em BH. O piloto pediu autorização para pousar no Aeroporto Carlos Prates, alegando problemas mecânicos, mas caiu distante 400 metros da cabeceira da pista. Na queda, o trem de pouso foi parar na canaleta da rodovia.

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