Uma cidade no centro do mundo.
Os números oficiais apontaram 140 blocos de rua, credenciados para o Carnaval de Belo Horizonte. Não engrossaram as estatísticas os pequenos grupos de esquina, reunidos em diversos pontos da cidade.
Foi este ano o maior Festival Internacional de Teatro de Palco & Rua de Belo Horizonte (Fit-BH). A 12ª edição do evento, de 6 a 25 de maio, levou espetáculos e oficinas de várias partes do globo para as nove regionais. Com mais espaço e oportunidades para os profissionais da cena local, o Fit-BH 2014 privilegiou a diversidade, a coexistência e descentralizou a pauta de apresentações, em parceria inédita com escolas públicas e comunidades da periferia.
Com a Copa do Mundo no Brasil, BH foi janela para o mais festejado evento esportivo do planeta. Turistas e torcedores de todos os continentes fizeram da Savassi, do Mercado Central e da Pampulha pontos de todas as línguas e sotaques. Diferentemente do que muita gente imaginou, foram tempos de amizades e azaração, com casos isolados de confusão na Região Centro-Sul. Sobraram elogios à hospitalidade do belo-horizontino e à beleza dos rapazes e das moças de Minas.
Oito de julho. Naquela terça-feira, os ingressos nas mãos dos cambistas chegaram a valer R$ 2,5 mil. Um capítulo à parte na maior festa da bola no mundo em Belo Horizonte. Nem o torcedor mais pessimista imaginava o passeio da Alemanha nas quatro linhas do Mineirão. Aqueles 7 a 1 estão anotados para sempre no livro dos vexames mais incríveis da história.
Em pleno Mundial, na Região da Pampulha, um viaduto ao chão. Duas vidas perdidas e 23 feridos. Hanna Cristina dos Santos e Charlys Frederico Moreira do Nascimento, mortos em 3 de julho sob a alça de concreto, jamais serão esquecidos. Laudo da Polícia Civil apontou erros de cálculo no projeto, redução de material na construção da estrutura e dimensionamento inadequado dos blocos de sustentação dos pilares. A outra alça do Viaduto Batalha dos Guararapes foi demolida em 14 de setembro. A avenida Pedro I só foi totalmente liberada em 29 de setembro.
Minas comemorou em 2014 um fato inédito: o nascimento de dois filhotes de gorila no zoológico de BH, os primeiros gerados em cativeiro na América Latina. Em agosto, nasceu o filho de Lou Lou e do macho Leon. Ganhou o nome de Sawidi, que em tupi-guarani significa “é amado, é querido”. Em setembro, veiuo à luz o filho da gorila Imbi, também com Leon, que acaba de ser batizado. Chama-se Jahari, palavra de origem africana que significa jovem forte e poderoso.
No caminho da Presidência da República um homem e uma mulher nascidos em Belo Horizonte. Aécio Neves da Cunha e Dilma Vana Rousseff promoveram o nome da capital mineira às altas rodas do Brasil e do exterior. Como há muito não se via, os dois candidatos mobilizaram belo-horizontinos de todas as tribos e promoveram embate entre conhecidos, amigos e familiares. Praças, avenidas e ruas da cidade foram tomadas pelas duas bandeiras, fazendo da política o assunto mais entendido dos mineiros.
Se o Brasil, de Felipe Scolari, deu vexame em terras mineiras, Atlético e Cruzeiro foram a sensação nas duas principais competições nacionais. Não teve para mais ninguém na Copa do Brasil e no Brasileiro. Os dois grandes de Minas cravaram seus escudos no topo da lista dos campeões dos campeões, ofuscando Rio e São Paulo. No apagar das luzes do calendário esportivo de 2014, BH voltou a ser palco de alegrias. E a vida, para cruzeirenses e atleticanos (que comemoraram também a Recopa Sul-Americana), uma festa..