As regiões Oeste, Barreiro, Noroeste e Pampulha de Belo Horizonte são as próximas rotas do BRT/Move que a prefeitura pretende criar este ano e em 2016, a fim de melhorar a mobilidade urbana e evitar os gargalos de trânsito estimulando o uso do transporte coletivo. As novas obras, entretanto, não terão corredores nos mesmos moldes das feitas nas avenidas Antônio Carlos, Pedro I, Cristiano Machado, Paraná e Santos Dumont. Avenidas como Amazonas, Tereza Cristina, Via do Minério e Pedro II receberão versões econômicas do Move, sem pistas com segregação física, para evitar desapropriações, que são os maiores entraves para grandes obras.
A estimativa para 2015 é de mais trabalho em cima das pranchetas do que nas ruas e avenidas da cidade, já que muitas dessas intervenções consideradas importantes para minimizar os problemas da mobilidade ainda dependem de projetos de engenharia. O ano também pode ser promissor para o futuro do metrô e do Anel Rodoviário, cujas obras foram prometidas há anos.
Para garantir a expansão do BRT, a PBH vai trabalhar em três frentes em 2015. A maior aposta é o Expresso Amazonas, conjunto de 41 quilômetros, em 10 corredores, que receberá faixas exclusivas para circulação de ônibus do Move nas regiões Oeste e Barreiro. Basicamente, três grandes eixos de circulação serão estruturados, todos eles sem a separação física de pistas, mas com faixas exclusividas para coletivos.
Um deles é a própria Amazonas, com oito quilômetros, desde o Centro, começando pela Avenida Paraná, até a Cidade Industrial, em Contagem, na Grande BH, terminando em um futuro terminal a ser construído pelo governo de estado.
O segundo eixo começará no mesmo ponto, mas deixa a Amazonas e segue pela Tereza Cristina até o Barreiro, para terminar na Estação Barreiro. Por fim, o terceiro segmento segue o mesmo caminho de Amazonas e Tereza Cristina, mas muda para a Via 210 e Via do Minério, até chegar na Estação Diamante, também no Barreiro.
“Vamos passar o ano que vem desenvolvendo esse projeto, mas espero ainda em 2015 abrir a licitação de obras e ter essas intervenções em 2016. O conceito básico de BRT vai ser todo mantido”, diz Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans.
Os projetos vão detalhar as ideias, mas ele já adianta que pelo menos na Amazonas as estações devem ser similares ao que foi feito na Avenida Vilarinho, com terminais mais estreitos em sentido único. Já na Tereza Cristina é mais provável que as estações fiquem do lado direito, pois na esquerda está o Ribeirão Arrudas.
SÃO JOSÉ Em outra vertente de BRT está a construção da Estação São José, na ligação que foi feita entre as avenidas Pedro II e Tancredo Neves, Bairro Jardim Montanhês, Noroeste da capital. Segundo o presidente da BHTrans, já existe um projeto de engenharia para as obras que está sendo revisado pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura.
Nesse caso, as perspectivas são mais animadoras e a previsão é começar as intervenções já em 2015. Serão integradas linhas de 14 bairros atendendo 35 mil passageiros por dia útil. Dessa forma, os coletivos dos bairros levarão os passageiros à estação, de onde partem as linhas troncais por faixas exclusivas para o Centro e demais destinos
O QUE VEM POR AÍ
Projetos e obras previstos para Belo Horizonte para 2015 e 2016
EXPANSÃO DO BRT EM VERSÃO ECONÔMICA
Expresso Amazonas
» Dez corredores com 41 quilômetros, que receberão faixas exclusivas para circulação de ônibus do Move nas regiões Oeste e Barreiro
» Investimento total de R$ 149 milhões, a maioria dos recursos já autorizada pelo governo federal.
» Os projetos devem ser elaborados em 2015
Estação São José
» Construção de um terminal para receber os ônibus de 14 bairros das regiões Noroeste e Pampulha e servir de base para o corredor light da Avenida Pedro II
» Já existe projeto executivo e as obras estão orçadas em R$ 59,6 milhões, sendo
R$ 22 milhões da PBH e o restante já autorizado pelo governo federal
» Licitação e início das obras previstos para este ano
OUTRAS OBRAS
Via 710
» Ligação viária entre as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado sem passar pelo Centro da cidade
» A obra começou em setembro e a previsão é que seja concluída no primeiro semestre de 2016
» O custo é de R$ 66 milhões, mas há previsão de mais
R$ 75 milhões somente para as desapropriações, que podem aumentar por questões judiciais
Complexo Vilarinho
» Implantação de três viadutos, orçados em R$ 50 milhões, para dar mais fluidez aos Move na ligação entre as avenidas Pedro I e Vilarinho e para melhorar o acesso entre a Vilarinho e a Rua Padre Pedro Pinto
» A estimativa é de que os projetos sejam concluídos este ano e as obras entregues em dezembro de 2016
Avenida Cristiano Machado
» Os projetos para intervenções nos cruzamentos da Avenida Cristiano Machado com as avenidas Sebastião de Brito (Dona Clara), Waldomiro Lobo (Guarani) e Vilarinho (Vila Clóris) serão concluídos no segundo semestre
» O objetivo é começar as obras em 2016 para desafogar congestionamentos nesses cruzamentos com construção de viadutos, trincheiras ou outros tipos de intervenção viária apontados pelos projetos
BRT do Anel Rodoviário
» Com a prometida reforma do Anel Rodoviário, a prefeitura quer licitar este ano o projeto para construir corredores segmentados e exclusivos para o BRT no Anel, por onde passam 120 mil veículos por dia
» O objetivo é licitar o projeto enquanto os governos federal e estadual se entendem sobre a obra
» O Ministério das Cidades já autorizou R$ 12 milhões para desenvolver os projetos.