O ex-policial civil Ivair Maria Alves, de 46 anos, que assumiu ter matado, friamente, o fiscal de loja Vinícius Linhares de Jesus, de 34, dentro de um supermercado no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste de Belo Horizonte, vai continuar preso. A justiça negou, na tarde desta terça-feira, o pedido de liberdade provisória feito pelos advogados do homem. Com isso, ele vai continuar na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.
Ivair foi preso em 26 de dezembro horas depois do crime. O inquérito sobre o homicídio foi entregue em 30 de dezembro à Justiça com o pedido de conversão da prisão em flagrante para a prisão preventiva. A promotora Fernanda de Paula Silva, do 1º Tribunal do Júri, deu parecer favorável pela mudança e o juiz de plantão acatou o pedido na última sexta-feira.
No mesmo dia, os advogados entraram com o pedido de liberdade provisória. A promotora Fernanda de Paula deu o parecer contra a decisão nessa segunda-feira e o processo voltou para as mãos do juiz. O magistrado negou o recurso na tarde desta terça-feira.
O crime
O crime foi cometido a sangue frio pelo ex-policial. As imagens do circuito de segurança do supermercado mostraram o assassino caminhando pelo setor de bebidas e olhando para os dois lados. Antes de entrar em outro corredor, o homem ainda teve a calma de deixar que uma cliente com um carrinho de compras passasse em sua frente. Em seguida, caminhou até o setor de perfumaria, olhou mais uma vez ao redor e identificou a vítima, parada diante de uma prateleira. Quando se aproximou de Vinícius, que estava de lado, conversou com ele por poucos segundos. De acordo com o relato de testemunhas à Polícia Militar, em seguida o criminoso sacou uma arma semiautomática e disse: “É você mesmo, desgraçado”.
A motivação do crime, para a delegada Alice Batello, da Delegacia de Homicídios Leste, responsável pelo caso, foi motivo passional. Segundo a policial, o suspeito se manteve calado durante os depoimentos, porém, com base em provas, ela considerou o crime como passional devido a ciúmes da companheira.
Ao ser preso, Ivair deu declarações cheias de contradições aos policiais militares. Ele atribui o crime ao fator de ter descoberto envolvimento de sua filha, de 12 anos, com a vítima, o que teria sido identificado por ele a partir da página de Vinícius no Facebook. Ele, porém, admite que sabia também que o fiscal havia tido um relacionamento com sua esposa, há dois anos, mas nega que tenha sido esse o motivo do crime.
Veja as imagens do momento do assassinato
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