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Estado de Minas

Homem que ficou preso injustamente vai entrar com ação por danos morais

José Donizetti Martins, de 59 anos, ficou preso por 10 dias em Lavras, no Sul de Minas


postado em 09/01/2015 18:41

"Durante os dias que eu estava lá, só chorava. É muito ruim pagar por um crime que você não cometeu. O que fizeram comigo é uma covardia”. Esse é o sentimento de José Donizetti Martins, de 59 anos, que ficou 10 dias preso injustamente em Lavras, na Região Sul de Minas Gerais. A advogada do homem, Josilaine de Souza Abreu Campos, afirmou que vai entrar com uma ação contra o Governo para pedir indenização por danos morais.

O aposentado foi preso em 29 de dezembro depois de ir ao Banco do Brasil para retirar um extrato da conta bancária. Ao analisar o documento, notou um saque indevido de R$ 1 mil. Ele procurou a gerente da agência que o orientou a fazer um boletim de ocorrência. José Donizetti foi até a delegacia, e acabou surpreendido com a notícia de que havia um mandado de prisão expedido em nome dele por latrocínio (roubo seguido de morte) e furto. "Levaram ele direto para a penitenciária. A família me ligou logo depois. No primeiro momento eu pensei que era um caso de homônimo, mas depois estudando o processo, percebi que o erro era mais grave", afirma a advogada.

A situação ocorreu, conforme a advogada, depois que um criminoso utilizou documentos extraviados de José Donizetti Martins para se apresentar à polícia. O processo todo correu com o nome de José, que de Lavras, não sabia de nada. Em 2010 a Polícia Federal de Varginha foi até a casa do aposentado para realizar o exame papiloscópico, para fazer confronto das impressões digitais. O procedimento é realizado para conferir se há duplicidade de nomes.

Na época ficou comprovado que o criminoso que estava preso em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, utilizava o nome indevidamente e o próprio detento revelou à Justiça sua verdadeira identidade. No entanto, quando fugiu da cadeia, o mandado de prisão foi expedido em nome de José Donizetti Martins.

A demora para a soltura do aposentado se deu por causa do recesso judiciário de final de ano. Por isso, só foi solto no dia 07 de janeiro. "Foi o pior réveillon da minha vida. Minha família está muito abalada. Espero que Deus me dê um bom ano depois de tudo que vivi", afirma Martins. A família já se sente aliviada, mas ainda aguarda uma posição do judiciário. "Só queremos que a Justiça seja feita, é o que o José merece", disse Sérgio Martins, irmão de José.

A advogada do aposentado estuda casos semelhantes para entrar com o processo por danos morais na justiça. "Vamos agir rápido, entrar com o processo o quanto antes", afirma Josilaine Campos.


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