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Estado de Minas

Protestos contra reajuste de tarifas de ônibus voltam à ruas em BH e em outras capitais

Manifestação reúne 500 pessoas em Belo Horizonte. Atos também ocorreram em outras capitais do país e, em São Paulo, terminou com tumulto


postado em 10/01/2015 06:00 / atualizado em 10/01/2015 07:06

Manifestantes fecharam o trânsito na Praça Sete e no fim da tarde seguiram em passeata até uma estação do BRT na Avenida Antônio Carlos(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Manifestantes fecharam o trânsito na Praça Sete e no fim da tarde seguiram em passeata até uma estação do BRT na Avenida Antônio Carlos (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

Os protestos contra o aumento de tarifas de ônibus voltaram a tomar as ruas do país. Em Belo Horizonte, cerca de 500 pessoas foram ao Centro da capital, mesmo depois que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) acatou pedido de liminar para suspensão do reajuste das passagens de ônibus suplementares. O trânsito ficou complicado e um ônibus teve o parabrisa trincado quando o motorista tentou passar entre os manifestantes. A volta para casa ficou complicada para os belo-horizontinos. Um forte esquema policial impediu a invasão das estações do BRT.

Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 2 mil pessoas, incluindo Black blocs, e terminou em tumulto. Um grupo de manifestantes depredou lojas e a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha. No Rio de Janeiro, o encontro foi na Cinelândia, principal ponto dos protestos de junho de 2013. Não houve registro de conflitos na capital fluminense.

Em Belo Horizonte, a concentração de integrantes dos movimentos sociais começou às 17h no quarteirão fechado da Avenida Afonso Pena, entre a Praça Sete e a Rua Tamoios. O secretário-geral da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo (AUTC), Francisco Assis Maciel, participou do ato e protestou: “Esse último reajuste das passagens é absurdo. Em pouco mais de um ano, a tarifa média dos ônibus em BH saltou de R$ 2,65 para R$ 3,10. E usar a implantação do BRT como justificativa não convence, já que o sistema tirou 20% da frota das ruas, reduzindo o custo operacional”.

Por volta das 18h, os manifestantes fecharam a Avenida Afonso Pena, inicialmente no sentido Centro/bairro, seguindo em passeata até uma estação do BRT na Avenida Antônio Carlos, na Lagoinha. Militares do Batalhão de Choque se posicionaram de forma estratégica para impedir a invasão da estação e eventual depredação. Mas os policiais não interferiram e o trânsito na via foi fechado, incluindo a pista exclusiva do Move.

Mesmo com vias interditadas no Centro de BH, não houve tumulto(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Mesmo com vias interditadas no Centro de BH, não houve tumulto (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

“Reconheço a importância da manifestação, mas atrapalha o direito de ir e vir de muitos”, questionou o escritor Gustavo Correia, de 45 anos. Já a técnica em enfermagem Luana Ferreira, de 24, que esperava por mais de uma hora pelo ônibus para ir trabalhar, devido ao protesto, ficou dividida: “Só espero que não seja uma manifestação política, que não chegue a lugar nenhum. A tarifa dos ônibus está puxada”.

O protesto terminou às 21h45, com a retirada de um grupo de 20 pessoas que ainda fechava uma pista da Avenida Afonso Pena, na Praça Sete, para onde os manifestantes haviam retornado depois de seguir em passeata até a Antônio Carlos. O momento de maior tensão foi quando o motorista Carlos Nascimento, de 48, seguia pela Avenida Amazonas e foi cercado por um grupo exaltado, que com pedaços de pau trincou o parabrisa do veículo.

“A polícia disse que poderia seguir e pensei que estava liberado”, justificou Carlos, bastante assustado. Os militares acompanharam a ocorrência a distância e alguns manifestantes escoltaram o motorista para que deixasse o local com o veículo. Não houve prisões durante o ato.

Em São Paulo, houve depredação e ao menos 32 foram detidos (foto: NÉLSON ALMEIDA/afp)
Em São Paulo, houve depredação e ao menos 32 foram detidos (foto: NÉLSON ALMEIDA/afp)


SÃO PAULO A PM prendeu 51 pessoas até o fim da noite, em decorrência dos protestos em São Paulo. O ato, segundo a PM, começou de forma pacífica na frente ao Theatro Municipal, na Região Central de São Paulo, e seguiu assim até a Rua da Consolação. No local, uma agência bancária e uma concessionária tiveram vidros quebrados.

Black blocs se juntaram aos manifestantes ainda no início do ato e durante o percurso pessoas também jogaram lixo no chão e pedras contra lojas. A entrada das estações Consolação e Trianon-Masp foram fechadas.

As passagens estão mais caras desde terça-feira, quando subiram de R$ 3 para R$ 3,50. O valor não subia desde 2011 nos ônibus e desde 2012 no caso dos trens e metrô. Cerca de 120 policiais militares acompanharam o ato. Apesar da confusão, a manifestação foi bem menor do que os protestos de 2013, quando uma série de manifestações fez com que os governos estadual e municipal recuassem e desistissem de reajustar os valores.

RIO DE JANEIRO A passagem dos ônibus municipais do Rio aumentou de R$ 3 para R$ 3,40. Os organizadores do protesto, do Movimento Passe Livre (MPL), defendem a redução para R$ 2,50. Da Cinelândia, principal ponto de encontro das manifestações de junho no Rio, eles seguiram para a Central do Brasil, um dos lugares com mais movimento de transporte público da cidade.

O principal mote da manifestação foi: "Mãos ao alto, esse aumento é um assalto". A frase foi cantada diversas vezes e estampava adesivos colados em prédios pelo caminho. Outras demandas dos movimentos sociais do Rio surgiram nos cartazes e nos cantos. Em diversos momentos, os manifestantes pediram a liberdade dos manifestantes presos no ano passado, com o canto repetido em outros atos: “Presos políticos, liberdade já, lutar não é crime, vocês vão nos pagar".


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