“O carnaval de Belo Horizonte nasce com a retomada do uso da rua de maneira democrática. Os blocos, como o Praia da Estação, demonstram a importância do espaço público como um lugar do encontro”, diz Flora Rajão, uma das idealizadoras do Pena de Pavão.
Ela ressalta que o carnaval nasceu de maneira espontânea e não é algo do poder público, mas da sociedade civil. O Pena de Pavão de Krishna faz um resgate dos afoxés, manifestação cultural com influência africana característica do carnaval de Salvador. Durante os cortejos, são entoados cânticos do candomblé ao som do atabaque e outros instrumentos de percussão.
Ontem, o primeiro ensaio do Baianas Ozadas movimentou o Largo da Saideira, no Bairro União, na Região Nordeste. Cerca de 200 integrantes do bloco, de todas as belezas e de várias tribos, se reuniram para acertar o passo e a bateria e não fazer feio nas ruas da cidade. A produtora Renata Chamilet espera uma festa ainda mais bonita. “A expectativa para este ano é fazer um carnaval mais alegre, uma festa da diversidade. Esperamos passar pela cidade sem atrapalhar tanto o trânsito e a vida de qualquer pessoa”, acredita.
O bloco de homens e mulheres de saia e turbante brancos, de levada inconfundível, arrastou foliões da capital mineira pela primeira vez em 2012. De lá para cá, o Baianas Ozadas vem ganhando a simpatia de multidões. Nos últimos três anos, a performance nos dias de festa e as oficinas de percussão do bloco elevaram a bateria de cinco para 250 músicos.
PALCOS PARA
O DESFILE
O desfile das escolas de samba e blocos caricatos ocorrerá na Avenida Afonso Pena e serão instalados 14 palcos nas regionais e na Região Central.