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Estado de Minas

PBH revitaliza orla da Pampulha em busca de reconhecimento mundial

Obra vai alterar trânsito em frente à igrejinha São Francisco; objetivo é que conjunto arquitetônico ganhe título de Patrimônio Cultural da Humanidade


postado em 16/01/2015 06:00 / atualizado em 16/01/2015 08:11

Entorno da igrejinha vai ganhar nova iluminação e os jardins de Burle Marx serão recuperados(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press. Brasil)
Entorno da igrejinha vai ganhar nova iluminação e os jardins de Burle Marx serão recuperados (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press. Brasil)

A revitalização do entorno da Igreja São Francisco, na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, é uma das apostas da Fundação Municipal de Cultura (FMC) para alcançar o reconhecimento do Conjunto Moderno da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade. As mudanças em frente à igrejinha e na Praça Dino Barbieri ainda não têm previsão para começar e incluem obras, além de alterações de trânsito.

Segundo o gerente de projetos urbanos da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Ricardo Cordeiro, as mudanças têm o objetivo de garantir que pedestres e turistas tenham mais conforto e possam usufruir de uma área de lazer maior." A Avenida Otacílio Negrão de Lima se divide em duas vias no entorno da praça, uma logo à frente da igrejinha da Pampulha e outra mais acima. Vamos redirecionar todo o tráfego de veículos para essa via situada mais longe da igrejinha e fechar completamente o trânsito na porção próxima, de forma que pedestres, ciclistas e turistas tenham mais segurança no local. Para que não haja perda da capacidade viária, as vagas de estacionamento que ocupavam a porção superior da via foram extintas e darão lugar a mais pistas para tráfego", explica o gerente.

A alteração, que funcionará com a criação de mão-dupla no trecho, vai extinguir 111 vagas de estacionamento. Motoristas que desejarem estacionar perto do ponto turistico terão que optar pelas ruas Expedicionário Mário Alves de Oliveira ou Benvindo Belém de Lima. Ainda segundo Cordeiro, a obra está a cargo da Sudecap e não há previsão para conclusão dos trabalhos.

De acordo como presidente da FMC, Leônidas Oliveira, os veículos que atualmente passam em frente à igrejinha danificam a estrutura porque a trepidação contribui para a dilatação. “A arquitetura é muito sensível. É uma construção em parabólica, feita na época em que não havia muitas construções com esta forma”.

Para Leônidas, não haverá perdas em relação ao trânsito, pois o tráfego continuará na rua de cima da Praça Dino Barbieri com a mesma quantidade de pistas. Ele acredita que perda muito maior seria deixar que a presença dos carros estragasse o patrimônio da cidade. “Ao fechar esta rua da igrejinha e recuperar o piso original, se faz um projeto para voltar ao ambiente como era na década de 1940”, explica.

Conforme o presidente da FMC, a prioridade para a circulação de pessoas em detrimento de carros nas áreas turísticas é uma tendência vista em cidades desenvolvidas. Esse é um dos critérios que indica a valorização do patrimônio cultural e que pode ajudar a Pampulha a alcançar o reconhecimento mundial.

RESGATE

O entorno da igrejinha vai ganhar nova iluminação e os jardins de Burle Marx serão recuperados de acordo com projeto original. Além desse prédio, o Museu de Arte da Pampulha passará, em meados deste ano, por reforma. O projeto está pronto e será executado com recursos do PAC Cidades Históricas com orçamento de R$5 milhões. De acordo com Oliveira, todas essas obras fazem parte da mobilização para conseguir o título de Patrimônio da Humanidade. O gargalo para o objetivo ainda é a revitalização do Iate Tênis Clube, que é uma propriedade privada, mas a FMC está procurando uma solução junto à administração do clube.

CANDIDATURA

A Pampulha está na lista indicativa do Brasil desde 1996 e a candidatura a Patrimônio Cultural da Humanidade foi retomada pela prefeitura em dezembro de 2012. Um dossiê sobre o cartão-postal foi enviado à Unesco. O Conjunto Moderno da Pampulha inclui os edifícios e jardins da Igreja de São Francisco de Assis, o atual Museu de Arte da Pampulha (antigo Cassino), a Casa do Baile (atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte), o Iate Golfe Clube (hoje Iate Tênis Clube), além da residência de Juscelino Kubitschek, o espelho d'água e a orla da Lagoa no trecho que os articula.

MORADORES

As mudanças no entorno do cartão-postal preocupam moradores, que dizem não terem participado do planejamento. O vice-presidente da Associação Pro-Civitas dos Bairros São Luís e São José, Claude René Camille Mines, afirma que a prefeitura não consultou os moradores para montagem do projeto. O que mais preocupa Mines é a migração do trânsito da orla – de onde serão extintas vagas de estacionamento – para as ruas internas do bairro. “Ali o trânsito já é infernal e vai piorar”, reclama. Mines cita como exemplo a experiência da proibição de estacionamento no entorno do Mineirão, que levou torcedores a ocuparem de forma caótica os bairros São Luis e Ouro Preto em dias de jogos.


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