Cerca de 400 integrantes do grupo Tarifa Zero fizeram uma manifestação no início da noite desta sexta-feira por ruas e avenidas de Belo Horizonte. O coletivo revindica a suspensão do aumento de 8,5% das passagens de ônibus que já está em vigor desde 29 de dezembro. Com faixas e cartazes, os jovens queimaram pneus e uma catraca e fizeram passeata pela capital mineira. O trânsito ficou lento em alguns pontos da cidade. A Polícia Militar (PM) acompanhou o ato, que aconteceu de forma pacífica.
A concentração dos jovens começou por volta das 17h na Praça Sete. O grupo saiu do palco da maioria dos protestos na capital e seguiu em passeata pela Avenida Afonso Pena. Em seguida, a manifestação seguiu pela Rua dos Tamoios, pelo Viaduto Santa Tereza, e, depois, para a Rua Aquiles Lobo.
O grupo se posicionou em frente a sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) onde a situação chegou a ficar tensa. Militares do Batalhão de Choque da PM cercou o prédio para não ter ataque de vândalos. Os manifestantes queimaram pneus na via e começaram a gritar palavras de ordem. Mesmo assim, não foi registrado nenhum tumulto.
Os manifestantes cobraram transparência em relação aos índices usados para reajustar a tarifa dos transportes públicos em Belo Horizonte e região metropolitana. “As pessoas pensam que é impossível ter tarifa zero, mas não é. É uma questão política e não econômica”, afirmou a integrante do movimento Tarifa Zero Juliana Galvão. Jovens integrantes do Move Neves também se juntaram ao protesto. Eles reivindicam a redução da tarifa e denunciam as condições precárias da Estação do BRT/Move em Justinópolis. “Faltam banheiros. A estação não tem bebedouros, não é acessível para os deficientes e não tem segurança”, disse o professor Fábio Júnior Mesquita.
Por volta das 20h, os jovens dispersaram e colocaram fim ao ato. Na página oficial do Tarifa Zero no Facebook, o grupo afirma que hoje é o dia da luta pelo transporte nacional. Outros protestos aconteceram em Florianópolis, São Paulo e no Rio de Janeiro. De acordo com o capitão Felipe do Batalhão de Choque, não foram registrados incidentes durante a manifestação.
Justiça nega recurso do MP
O juiz da 4ª Vara Municipal da Fazenda negou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para suspender a portaria que reajustou as passagens dos ônibus e táxis coletivo de Belo Horizonte. O promotor Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, alegava irregularidades nos cálculos utilizados pela BHTrans para aumentar as tarifas.
Segundo o MP, a fórmula para calcular o reajuste está prevista no contrato com as empresas de ônibus, porém, ela não foi utilizada de maneira correta. Na ação cautelar, o promotor argumentou que a fórmula de cálculo se baseia na soma e multiplicação de índices de gastos, como pneu, mão de obra, combustível, e todas as despesas. No cálculo feito pela promotoria, a BHTrans estaria considerando os preços desde novembro de 2012. Porém, segundo Nepomuceno, a fórmula do contrato permite apenas os últimos 12 meses.
A ação foi analisada pela juíza Simone Andrea Silva. Segundo o TJMG, ela negou integralmente o pedido de suspensão das tarifas. Os argumentos utilizados pela magistrada ainda não está disponível aos assessores de imprensa do órgão.