A Polícia Militar Rodoviária (PRMv) procura o suspeito de causar uma tragédia em Belo Oriente, no Vale do Aço, ao matar seis pessoas da mesma família e deixar outras seis feridas num atropelamento, nessa sexta-feira à noite. O condutor Newton Paiva da Silva, de 55 anos, que foi secretário de Obras da cidade até agosto passado, dirigia o Ford Fusion branco, placa OXA 1959, quando teria perdido o controle logo depois de fazer uma curva no km 63 da MG-758. Testemunhas relataram que ele estava em alta velocidade. Os feridos foram levados para hospitais de Ipatinga, cidade vizinha. A expectativa é que os corpos das outras vítimas sejam enterrados neste sábado.
Newton, que trafegava no sentido Açucena e Belo Oriente, fugiu sem prestar socorro às vítimas, deixando para trás até mesmo os passageiros de seu próprio carro. Morreram na hora Ana Letícia Simões Ferreira, de 16 anos, Irani Simões Bittencourt, de 39, Ronaldo Gomes Ferreira, de 33, Maria Piedade Assis, de 65, Eni Aparecida de Assis, de 46, e Maria Gomes Roque, de 67. Entre os feridos, estão Jordy Vinick Andrade, de 16 anos, Taynara Aparecida Andrade, de 18. O adolescente está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Márcio Cunha, com edema cerebral.
Também foram levados para unidades de saúde os passageiros do Ford Fusion: Maria das Graças Paranha, de 48 anos, João Moreira de Souza, de 57, Brenno Coelho Barbosa, de 12, e Marcos Renan de Assunção, de 11. A mulher também passou por avaliação no Márcio Cunha e teve alta.
O local do acidente, a Vila Gomes, fica a dois quilômetros da entrada de Belo Oriente. A rodovia corta a comunidade. Segundo testemunhas, o ex-secretário teria, depois da curva, tentado uma ultrapassagem irregular. Tido como uma pessoa tranquila, os moradores da região não acreditam que ele estivesse alcoolizado, por ser evangélico e conhecido por não beber. Dentro do carro, a polícia encontrou 20 cápsulas de revólver calibre 38, mas a arma não estava no veículo.
As vítimas estavam sentadas num banco de concreto na porta de uma das casas, quando o carro desgovernado as atingiu. O motorista José Ferreira Roque, de 42, perdeu a mulher (Irani), a única filha (Ana Letícia), um irmão (Ronaldo) e uma tia (Maria). "Eu estava em pé e os outros, sentados. Todo mundo gritou, mas não houve tempo de sair. O condutor nem chegou a frear, veio para nosso lado de uma vez. Fui o primeiro a ser atingido. Tentei correr e me pegou de lado. Os outros foram pegos de frente", contou em entrevista ao jornal Vale do Aço.
Segundo informações do mesmo jornal, a tragédia vivia lado a lado com os moradores da Vila Gomes. Há cinco anos, pediam quebra-molas, para evitar acidentes causados pelas carretas vindos de uma empresa de celulose. Ano passado, a Justiça de Açucena os proibiu de fazer qualquer manifestação que interditasse a via.