Jornal Estado de Minas

Com drone, PM descobre plantação de maconha em casa e prende irmãos em Lavras

Advogado e nutricionista são suspeitos de vender drogas em festas universitárias no Sul de Minas. Na casa foram encontrados comprimidos de ecstasy e LSD

João Henrique do Vale
Drone foi usado pela Polícia Militar para flagrar a plantação de maconha em casa dos suspeitos - Foto: Polícia Militar/Divulgação

A tecnologia aliado com a ideias da população ajudou a Polícia Militar (PM) prender dois traficantes de drogas que vendiam os entorpecentes em festas universitárias no Sul de Minas, principalmente em Lavras. No imóvel dos irmãos, os militares conseguiram flagrar uma plantação de maconha com o uso de um drone. O equipamento sobrevoou o quintal da residência e flagrou várias mudas do entorpecente. No imóvel também foram apreendidas drogas sintéticas.

O equipamento foi adquirido pela Prefeitura de Lavras em dezembro do ano passado depois de uma sugestão de moradores em um concurso na Internet. O drone custou R$ 8,5 mil e já tem um mês de funcionamento. “Começamos a usá-lo em shows e também no monitoramento de manifestações. Temos um policial militar que já trabalhava com este tipo de aeronave e está dando curso para o restante dos militares”, comenta o comandante do Batalhão da cidade, coronel Antônio Claret dos Santos.


Nessa segunda-feira, a tecnologia ajudou na captura de criminosos. O Serviço de Inteligência da Polícia Militar da cidade já estava monitorando dois irmão suspeitos de tráfico de drogas. Um operação foi montada para tentar encontrar provas na casa onde os dois viviam. Por volta das 6h, os policiais foram até o imóvel e usaram o drone. “Conseguimos, através da câmera do equipamento, avistar uma plantação de maconha no quintal da casa. Isso foi determinante para configurar o flagrante”, afirmou o comandante.

Depois do flagrante, os militares entraram no imóvel no final da tarde. Lá dentro, encontraram com o advogado de 29 anos. No quintal estava 23 pés de maconhas, alguns com até 1,5 metro. Também foram apreendidos comprimidos de êxtase e laminas de LSD. Enquanto a ação acontecia na residência, outros policiais seguiram até o trabalho do irmão do preso e conseguiram encontrar com o alvo. O homem, de 32 anos, foi detido e confessou a posse dos entorpecentes. Porém, segundo a PM, disse que era para consumo próprio.


As apurações da PM indicam que os suspeitos agiam em festas universitárias da região. “Temos informações que levam até eles. A quantidade de drogas que conseguimos encontrar na casa já caracteriza o tráfico”, diz o comandante.

Participação dos moradores

A ideia de incluir a tecnologia nas operações policiais partiu de um concurso promovido pela PM da cidade. Em um site, os moradores podem sugerir ideias que passam por votação popular. As melhores são premiadas e integradas a cada órgão municipal. O drone foi uma sugestão do estudante de engenharia mecânica, Leomar Marques, de 28 anos.

Ao saber que sua ideia foi usada para combater o crime, Marques se disse surpreso e feliz por ajudar. “Eu trabalho com invenções e sempre focado em salvar vidas. Tanto que estou fazendo um robô antibomba. A ideia surgiu depois que um colega meu da polícia estourou uma bomba e se machucou. Foi através disso que tive a ideia do drone.
O equipamento pode ser usado em ações onde o policial corre risco de vida. Se o drone é atingido, apenas dinheiro que se perde. Se for um policial, seria uma vida”, comentou.

Por causa da ideia, o estudante foi presenteado com uma televisão. Leomar pensa em continuar as sugestões. “É através de ideias que se muda o mundo e a forma de pensar”, disse. .