Jornal Estado de Minas

Guardas municipais anunciam paralisação em Belo Horizonte

Servidores reivindicam alterações no plano de carreira, uso de arma de fogo e inclusão no sistema de registro de ocorrência. Demandas vieram à tona depois de uma confusão envolvendo uma agente e PM em BH

Rafael Passos
Assembleia da Guarda Municipal ocorreu na Praça da Estação, no Centro de BH - Foto: Euler Júnior/EM/D.A Press
Os guardas municipais de Belo Horizonte decidiram paralisar as atividades até quinta-feira, 22. Em assembleia na manhã desta quarta-feira, os agentes deliberaram também pelo estado de greve. Os servidores realizaram uma passeata até sede da Prefeitura da capital, na Avenida Afonso Pena, no Centro.

De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), os guardas vão encaminhar à Prefeitura da capital uma contraproposta sobre o prazo para a revisão do plano de carreira e o uso de arma de fogo pela corporação.

O sindicato reivindica que o Executivo apresente soluções para as demandas em três meses, e não em seis, como propõe a PBH. A pauta dos agentes voltou a ser discutida depois que uma servidora foi atingida por uma bala de borracha durante confusão entre guardas e a PM no Centro da capital, na semana passada.

O Sindibel justifica a utilização de armas com base no Estatuto Nacional das Guardas Municipais (Lei Federal 13022/14), sancionado em agosto do ano passado, que determina que todas as guardas municipais do país sejam armadas.

Passeata nos agentes no Centro de BH - Foto: Euler Júnior/EM/D.A PressOs servidores exigem também que os cargos de comando da Guarda Municipal sejam ocupados por servidores de carreira da própria instituição. Atualmente, de acordo com a categoria, essas funções são exercidas por militares reformados da Polícia Militar (PM).

Em nota, a PBH informou que já está “em contínuo esforço para viabilizar, o mais breve possível, convênio com a Polícia Militar de Minas Gerais visando à realização de curso de treinamento para porte de arma”. Caso a situação não seja viável, a administração municipal vai buscar outras instituições militares para o mesmo fim.

Em relação ao plano de carreira, a prefeitura disse que será montado um grupo de trabalho com representantes das secretarias de Planejamento, Orçamento e Informação, por meio da Secretaria Adjunta de Recursos Humanos, de Segurança Urbana e Patrimonial e com a participação de guardas, para discutir mudanças na legislação municipal.

REDS A inclusão imediata dos guardas municipais no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) é outra demanda dos agentes. Com isso, os agentes querem que não seja preciso acionar a PM durante o registro de ocorrências. Esta demanda será discutida nesta quinta-feira, durante uma reunião com o Secretário de Defesa Social, Bernardo Santana de Vasconcellos.
Um nova assembleia dos guardas está prevista para amanhã, às 9h.

Com informações de João Henrique do Vale.