A Polícia Civil investiga se o médico cardiologista Renato Mussi Lara Safar, de 50 anos, condenado a mais de seis anos de prisão por atentado violento ao pudor contra duas vítimas, cometeu o crime contra outras mulheres. O profissional de saúde foi preso na última sexta-feira depois que um mandado foi expedido pela Justiça. Ao ser apresentado na tarde desta quarta-feira, ele negou os crimes e disse que é alvo de perseguição.
Os abusos sexuais foram denunciados em 2005 e 2006. Porém, somente em 2010 o médico foi condenado por apenas um caso. Ele conseguiu o direito de recorrer em liberdade, até dezembro de 2014, quando a Justiça decretou a prisão preventiva dele.
Segundo a delegada Ariadne Elloise Coelho, da Delegacia de Mulheres de Betim, a primeira vítima foi atacada em 2005. A mulher relatou que foi até a clínica Divina Previdência, na cidade, à procura de um clínico geral.
Conforme relatos da vítima, Renato a colocou na maca e começou a encostar o corpo dele no dela. Em seguida, a pegou pelo braços com força e a jogou em uma cadeira. Assustada, a mulher diz que saiu correndo e procurou uma enfermeira, que a negou socorro.
A Polícia Militar foi acionada e teve dificuldade para atender a ocorrência, pois funcionários da clínica, conforme relatos da vítima, impediram a entrada dos policiais. O caso foi para a Justiça e somente em 2010 condenou o médico a seis anos e seis meses de prisão. Porém, ele conseguiu recorrer em liberdade.
O outro caso denunciado é semelhante ao primeiro. A paciente contou que precisou de um atendimento de um cardiologista e foi atendida por Renato. Ela foi levada para o consultório e o médico passou as mãos em seus seios quando fazia o uso de um estetoscópio. A mulher fez um boletim de ocorrência, porém no seu caso a pena do médico foi convertida para trabalhos comunitários.
A delegada Ariadne Coelho explica que na época dos fatos, as atitudes do médico não configuravam estupro, e sim atentado violento ao pudor e atentado violento ao pudor mediante a fraude, que tinham penas menores.
Com a divulgação das imagens do homem, a delegada espera receber novas denúncias. “Neste caso, as vítimas têm que denunciar o abusador”, comentou Ariadne.
Prisão
A delegacia de mulheres de Betim recebeu o mandado de prisão da Justiça que foi cumprido na última sexta-feira. Renato Safar foi preso no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte. O homem, que é casado e tem filhos, negou o crime. “Foi uma prisão arbitrária.