A falta de exames rápidos para o HIV no Centro de Testagem e Acolhimento (CTA) da Prefeitura de Belo Horizonte e de remédios nas farmácias do estado preocupam moradores da capital mineira. Pacientes que tentaram fazer o teste no Bairro Sagrada Família foram surpreendidos, na última semana, com a falta do material. Já um homem diagnosticado com Alzheimer luta há um mês para conseguir remédios cedidos pelo Governo de Minas. O medicamento Reminyl 24 miligramas não é distribuído desde dezembro. A Secretaria Municipal de Saúde afirmou, nesta quarta-feira, que o problema já foi resolvido.
O arquiteto João Pedro Torres, de 34 anos, tenta encontrar remédio para o pai há quase dois meses. Desde quando Ricardo Torres, de 64 anos, foi diagnosticado com a doença, em 2009, o medicamento Reminyl é distribuído pelo Governo. Porém, começou a faltar nas farmácias. “Meu pai toma o de 24 miligramas e não encontra. Até tem de 16mg e de 8mg, mas a secretaria não autoriza a entrega dos remédios, pois tem que fazer relatório e consultar o médico”, comentou.
A cuidadora de Ricardo, Nédia Lopes Alves, está constantemente em contato com a farmácia, localizada na trincheira das avenidas Raja Gabaglia e Contorno. Segundo ela, ainda não há previsão para a chegada do medicamento e de outros que estão em falta. “A atendente me disse que tem remédios que custam R$ 6 mil e e estão em falta. Liguei ontem (terça-feira) e nada do medicamento”, contou.
O em.com.br entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), mas até o fim desta reportagem não obteve resposta.
Falta de exames rápidos de HIV
Outra situação que causou revolta em pacientes é a falta do exame rápido de HIV no Centro de Testagem e Acolhimento (CTA), no Bairro Sagrada Família, na Região Leste da capital mineira. Pessoas que tentaram fazer o teste na última semana foram obrigadas a retornar. Foi o caso de um jovem de 26 anos, que não quis se identificar. “Há duas semanas, estimulados por campanhas de prevenção à Aids, eu e meu companheiro procuramos o CTA. Em nossa primeira visita, numa sexta-feira, fomos informados de que os testes rápidos, com diagnóstico liberado em menos de uma hora, haviam acabado. Fomos orientados a fazer o exame mais antigo, com resultado emitido em 30 dias, mas decidimos esperar pela chegada de novos testes rápidos à unidade”, comentou.
Na segunda-feira seguinte, o jovem entrou em contato com os funcionários do local que informaram a chegada dos exames, porém, para a surpresa dele, no dia seguinte de manhã, já estavam esgotados. “ Ouvimos da equipe que os exames haviam acabado mais uma vez. O responsável pelo setor nos explicou que o fornecimento de testes ao centro tinha falhas desde o início de janeiro”, disse.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a falha da distribuição. O problema, segundo a pasta, foi por causa da troca do laboratório que disponibiliza os testes. A SES afirmou que os exames já foram repostos no CTA nesta quarta-feira.