Na audiência anterior, que aconteceu em 15 de dezembro, ele compareceu ao fórum mas não foi ouvido. Para a polícia, José Antônio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado e o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto. Segundo ele, Valéria foi baleada e jogada para fora do carro e um dos ladrões teria seguido com ele no carro, acompanhado de um segundo assaltante de moto.
Porém, a versão foi contestada pela polícia. “Primeiro, o local aonde ele fala que foi abordado por um assaltante é uma rua praticamente deserta que tem prédios residenciais dos dois lados.
Os depoimentos das testemunhas foram essenciais para a conclusão do inquérito. “Ele fala no inquérito que teve uma discussão com o assaltante durante cinco minutos. Se tivesse bate-boca durante cinco minutos alguém veria. Uma policial militar que mora próximo, o marido e a filha dela viram a cena do assassinato. Outro vizinho, que estava sentado na calçada na via pública, viu os dois sozinhos entrando no carro. E, quando o carro passou na curva, ouviu o barulho dos tiros. Foi coisa rápida, então, não teve o tempo que ele (José Antônio) falou para ser abordado por criminosos”, explica o delegado.
O inquérito do crime foi encerrado em abril de 2014. José Mendes foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima – e tentativa de aborto. Esse último crime, porque a mulher estava grávida. Mendes chegou a ser preso no Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristóvão, mas foi liberado dois dias depois. O juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a prisão dele não teve fundamento em provas da autoria na morte da empresária. (Com informações de João Henrique do Vale) .