Jornal Estado de Minas

Rio Doce, em Governador Valadares, está sete centímetros abaixo do nível de captação

No mesmo período do ano passado, a água estava 1,80 metro acima do nível zero, o que corresponde a uma queda de 96,1% em 2015

João Henrique do Vale

A Prefeitura de Governador Valadares decidiu tomar uma medida para alertar os moradores para o uso consciente da água.

Diariamente, em seu site, a administração municipal informa o nível que o Rio Doce, responsável pelo abastecimento da cidade e de municípios vizinhos, está no momento. A medida também era tomada na época das cheias para informar sobre os riscos de alagamentos. Nesta quinta-feira, a situação do manancial ainda é preocupante. Ele está sete centímetros abaixo da linha de captação. No mesmo período do ano passado, a água estava 1,80 metro acima do nível zero, o que corresponde a uma queda de 96,1% em 2015.

A cidade vem sofrendo com a seca desde o fim do ano passado. Em outubro e novembro, o nível de captação do sistema autônomo de água e Eesgoto (Saae) de Governador Valadares chegou a ficar 30 centímetros negativos, o que levou a prefeitura a tomar medidas drásticas.
“Tivemos que fazer manobras de segurança. Alguns bairros ficavam sem água e depois os outros em revezamento”, explica o diretor-adjunto do Saae, Vilmar Rios Dias Júnior. A chuva que atingiu o município em dezembro serviu para dar uma amenizada na situação.

Os moradores ainda não terão que conviver com o racionamento na cidade, reforça o diretor. Mas, para isso, a economia de água é a melhor solução. Para alertar a população, a prefeitura voltou a colocar diariamente a situação do nível do Rio Doce em sua página na internet. “Já fazíamos isso na época das cheias. Agora, estamos informando sobre a seca. Essa medida é para conscientizar a população para o consumo consciente. Estamos com um problema no Sudeste todo, já temos uma captação que é difícil, então é para economizar”, comentou Júnior.

O Saae tenta melhorias na captação de água. Atualmente, a cidade conta com três estações de tratamento de água (ETA), a Central, Vila Isa e Santa Rita, porém, o maquinário já está ultrapassado. “A medida que tomamos é para melhorar a captação, que, além de antiga, está ficando precária.
Fizemos as compras de duas bombas que vão ser colocadas na Eta Central e a Vila Isa. Elas ficarão mais no meio do rio”, disse o diretor-adjunto.

Júnior diz que o problema pode se prolongar, caso não haja conscientização. “Estamos vivendo um período de seca muito grave. Pelo que estamos sabendo, não há previsão de chuva tão cedo”, afirmou.

.