O baixo nível dos reservatórios do Sistema Paraopeba, que abastece a capital e a Região Metropolitana de Belo Horizonte, preocupa por causa do grande número de pessoas que são abastecidas por ele. Porém, segundo a presidente da Companhia de Saneamento do Estado de Minas Gerais (Copasa), Sinara Meireles, outros três municípios mineiros estão em situação crítica – Campanário, na Região do Rio Doce, Urucânia, na Zona da Mata, e Pará de Minas, na Região Central.
Assista ao vídeo da coletiva da Copasa
Em coletiva de imprensa realizada no fim da tarde desta quinta-feira, a presidente da Copasa, mostrou a preocupação da empresa com esses três municípios, onde considera a situação 'gravíssima'. Nestes locais, ela busca o diálogo com os administradores municipais. “Esses municípios têm uma situação crítica. Vamos precisar buscar junto aos prefeitos a aproximação dos diálogos junto com equipes técnicas da Copasa que estão nos locais. O que devemos fazer é o redirecionamento das ações”, comentou. Caminhões-pipas devem ser usados para ajudar a população.
Das três cidades, a situação de Pará de Minas já se arrasta há meses. Conforme o Estado de Minas publicou na edição de 07 de janeiro, o drama das torneiras sem água, como aconteceu no segundo semestre de 2014, voltou a assombrar os moradores. Foram até duas semanas de racionamento à época. Para atingir a produção de 200 litros/segundo e atender à demanda do município, a Copasa lançou mão de poços artesianos, desde 2012, de onde foram retirados 40% do volume necessário para completar a produção, ou seja, 80 litros/segundo.
A seca em Minas Gerais também afeta as festas de Carnaval nas cidades do interior. Pelo menos três municípios já cancelaram a folia. A última foi a prefeitura de Itaguara, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que alegou estar presenta na “mais grave crise hídrica da história”. Oliveira e Itapecerica também fizeram o mesmo.
Municípios sem a autarquia da Copasa
A situação da escassez de água exposta pela Copasa nesta quinta-feira foram apenas dos 635 municípios atendidos pela empresa. As cidades que têm o sistema de abastecimento autômonos, que são outras 222, ainda não divulgaram a situação. “Muito dos serviços autônomos estão enfrentando situação igual ou pior. A Copasa, sendo uma Companhia do Estado de Minas Gerais, tem o interesse de apoiar esses municípios.
Veja as medidas que serão tomadas pela Copasa
- Disponibilizar informações diárias sobre o nível dos reservatórios de abastecimento na Região Metropolitana de Belo Horizonte
- Destacar 40 equipes de campo na Grande BH para evitar vazamentos de água
- Implantar nova rotina para programação dos atendimentos em manutenções corretivas e preventivas
- Revisar procedimentos de operação do sistema integrado
- Realizar Campanha Educativa para a população reduzir consumo de água em 30% na Grande BH
- Intensificar a contratação de caminhões-pipa e a perfuração de poços artesianos
- Enviar ao Igam decreto de situação crítica de escassez de recursos hídricos em Minas
-Atuar na adoção de mecanismos legais, como racionamento de água e mecanismos tarifários
- Executar a captação de 5 metros cúbicos por segundo no Rio Paraopeba para a Estação de Tratamento de Água do Rio Manso.