Jornal Estado de Minas

Caixa morta durante assalto em BH trabalhava há cinco meses no supermercado

A funcionária foi atingida em troca de tiros entre criminosos e um policial militar. o supervisor do centro de compras afirmou que o PM não tem nenhum vínculo empregatício com a empresa

João Henrique do Vale Carolina Cotta
Marcas de tiro ficaram na pilastra próximo ao caixa onde a funcionária trabalhava - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press.

A Polícia Civil já está com as imagens das câmeras de segurança do supermercado onde uma funcionária morreu durante uma assalto na noite dessa sexta-feira no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Graziele Ferreira dos Santos, de 21 anos, que trabalhava no local há cinco meses, foi atingida na troca de tiros entre um policial militar e os criminosos. Um adolescente que participou do crime também morreu. Uma cliente segue internada depois de ser baleada no pescoço. Neste sábado, o supervisor do centro de compras afirmou que o PM não tem nenhum vínculo empregatício com a empresa.

O assalto aconteceu por volta das 21h30. De acordo com informações do 34º Batalhão da PM, quatro homens chegaram ao comércio na Rua Pará de Minas e anunciaram o roubo. Nesse momento, um militar - que estava na loja - reagiu e trocou tiros com os criminosos.
Graziele foi atingida e a cliente Paulina Isabel Costa e Silva, 57 anos, também foi baleada no pescoço. Ela está internada no Hospital João XXIII, onde passou por cirurgia. Os assaltantes fugiram antes da chegada da polícia. Em busca por hospitais da cidade, a PM descobriu que o adolescente D.S.S., foi deixado na UPA Oeste pelos comparsas e morreu ao dar entrada.

O supermercado onde Graziele Ferreira dos Santos, de 21 anos, funcionou normalmente neste sábado, mas vários clientes nem sabiam do crime. Segundo o supervisor de prevenção da rede de supermercados, Nilson Antônio, responsável pela segurança das lojas, são muito comuns os assaltos na região. "Nós mesmos já sofremos várias tentativas de assalto, mas nenhuma com troca de tiros". Ainda segundo Nilson, o PM que teria disparado os tiros de dentro da loja era um cliente que estava fazendo compras no momento, não tendo qualquer vínculo empregatício com estabelecimento. A Corregedoria da PM e o comando da corporação ainda apuram o caso.

Graziele atendia no caixa 5 na noite de sexta-feira. A pilastra ao lado do caixa tem agora a marca do tiro. A cliente que também foi baleada estava na fila do caixa de Graziele, segundo Nilson, que lamenta o fato e o clima tenso entre os funcionários. O movimento na loja, entretanto, não foi alterado com o crime, segundo ele.
O aposentado Américo Rincón, de 75 anos, morador do bairro há 32 anos, vai ao supermercado quase todos os dias. "Não lembro pelo nome, mas com certeza a conhecia. Soube que era recém-casada, uma pessoa cheia de sonhos. Muita coisa precisa mudar nesse Brasil, principalmente a impunidade", lamenta. Américo defende que os estabelecimentos adotem mais seguranças, o que pode inibir a ação dos bandidos. "Antes também a gente via mais rádio patrulha. O bairro é perigoso. Tem muita tentativa de assalto", reforçou.

Velório

O corpo de Graziele é velado no Cemitério da Paz, no Bairro Caiçara, Região Noroeste de Belo Horizonte, desde o fim da tarde deste sábado, no velório de número 3. O sepultamento vai acontecer no domingo, mas ainda não tem horário definido. .