A esterilização das capivaras da Lagoa da Pampulha deve ser feita por técnicos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Em reunião no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nesta segunda-feira, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou que o procedimento será feito nas 46 capivaras capturadas na orla do manancial e que hoje estão em um parque da cidade. A preocupação das autoridades é a proliferação dos animais e do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, e que vivem no dorso dos animais. Dos roedores que estão presos, 28 já apresentaram contaminação pela doença.
A medida já tinha sido discutida por causa da superpopulação de capivaras na região. O exemplo usado foi de Viçosa, na Zona da Mata, que fez a esterilização dos animais que também invadiram o município. Antes de realizar o procedimento, que ainda não tem data para começar, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte vai formalizar um termo de cooperação técnica com a UFMG para que funcionários façam a ligadura de trompas das fêmeas e a vasectomia nos machos. O documento será avaliado, ainda, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
As ações para a captura das capivaras começou em setembro do ano passado. Ao todo, 46 roedores foram capturados e levados para o Parque Ecológico da Pampulha. Os animais passaram por exames, e 28 apresentaram contaminação pela bactéria causadora da febre maculosa. São elas que irão passar pelo procedimento.
Durante a reunião no MP, onde estiveram presentes representantes das secretarias municipais de Saúde e Meio Ambiente, entre outros órgãos, a prefeitura informou que ainda não há um prazo para começar as esterilizações.
Alerta contra carrapatos continua
Enquanto os trâmites burocráticos para o procedimento não são concretizados, a Secretaria de Saúde continua a campanha para alertar a população para os riscos de contaminação na orla da Lago a da Pampulha. “Vamos continuar a divulgar para a população a existência do carrapato. Temos que alertar que não é apenas na Pampulha que eles estão. Em locais onde há cavalos, hospedeiros prediletos deles, e cachorros também pode ter febre maculosa”, explica Maria Tereza da Costa Oliveira, gerente de Vigilância em Saúde e Informação da Secretaria Municipal de Saúde.
Algumas medidas já estão sendo tomadas pela secretaria na orla da lagoa para evitar a proliferação dos carrapatos. “Na verdade, o controle ambiental nestes locais onde está identificado a presença do parasita já está ocorrendo. Estamos fazendo o corte da grama e instruindo as pessoas. Neste período chuvoso não é tão infestado, mas temos que manter a área bem aparada e a população informada”, comentou Maria Tereza.
A secretaria informou que nenhum caso de febre maculosa foi registrado em Belo Horizonte nos últimos meses.
Veja as dicas da Secretaria de Saúde
- Evite frequentar áreas infestadas por carrapatos;
- Examine seu corpo cuidadosamente a cada duas horas pelo menos, porque o carrapato necessita de algum tempo aderido à pele para transmitir a bactéria;
- Verifique atentamente o corpo das crianças;
- Atividades que envolvam o contato direto com o cavalo, sejam de lazer (equitação, cavalgada e equoterapia) ou trabalho, requerem especial atenção;
- Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado em sua pele. Se possível utilize luvas e pinças. Evite esmagar os carrapatos para não se contaminar;
-Caso tenha sido picado por carrapatos e apresente sintomas da doença (febre alta, dor de cabeça, dor no corpo), procure imediatamente o serviço de saúde e relate este contato ao médico, para que ele possa avaliar a possibilidade de ser um caso de febre maculosa. .