A Prefeitura de Belo Horizonte informou, nesta segunda-feira, que a BHTrans e a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) aprovaram a concepção do projeto da trincheira que irá substituir o Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, em Venda Nova. O elevado caiu em julho do ano passado matando duas pessoas e ferindo outras 23. Porém, ainda não há data para o início das obras, pois haverá uma reunião entre representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), moradores do entorno, a Consol, que realizou o cálculo do projeto do elevado e da trincheira, e a Cowan, responsável pela obra da estrutura que desabou.
Em nota, a PBH informou que a concepção do projeto da trincheira foi apresentada pela Consol no início de janeiro deste ano. Técnicos da BHTrans e da Sudecap fizeram a análise do material e deram parecer favorável à construção. A administração municipal aguarda, ainda, a conclusão do detalhamento do projeto, que ainda não tem data para ser entregue. Em seguida, a data para início das obras e os detalhes sobre a intervenção serão discutidos em uma reunião que será marcada pelo MP.
As empresas responsáveis pela construção e o projeto do Viaduto Batalha dos Guararapes foram consideradas, pelo MP, culpadas pela queda da estrutura.
Nesta segunda-feira, a empresa informou que teve ciência da entrega do projeto conceitual da trincheira à prefeitura. Porém, ainda não recebeu os documentos para analisar.
Mesmo sem data e uma definição definitiva sobre a construção da trincheira, a medida já causa polêmica entre os moradores e comerciantes da região. Eles alegam que ainda não foram procurados pelos órgãos competentes para informar sobre a obra. “Somos contra a construção da trincheira. Não fomos comunicados e não foi feita uma reunião com os moradores como já tinha sido determinado pela Justiça anteriormente. Ficamos sabendo das coisas apenas pela imprensa”, comenta a advogada Ana Cristina Drummond, que representa os moradores e lojistas da região.
Para as famílias, não seria necessária nenhuma obra na região. “É um desperdício de dinheiro público. Não queremos mais nenhuma obra, pois os moradores ainda tentam se reerguer do estresse pós-traumático do desabamento. Além disso, os comerciantes estão tentando se reerguer por causa dos desvios”, explicou Ana Cristina.
Investigações
O delegado Hugo e Silva, responsável pelas investigações do Viaduto Batalha dos Guararapes, ainda aguarda um posicionamento da Justiça sobre o segundo pedido feito por ele para prorrogar as apurações sobre a tragédia. A extensão dos prazos foi entregue em 5 de dezembro e ainda não teve resposta.
Em setembro, o delegado também fez um pedido de dilação, que foi acatado. Na ocasião, ele informou à Justiça que precisaria de mais tempo em razão da espera pelos laudos da Seção Técnica de Engenharia Legal do Instituto de Criminalística sobre o viaduto. .