A manifestação contra o aumento das tarifas de ônibus em Belo Horizonte terminou com quatro pessoas detidas na noite desta segunda-feira. O grupo se reuniu na Praça Sete, no Centro, e fez uma passeata até a Avenida Paraná. No local, tentaram invadir uma estação do Move, porém foram impedidos pela Polícia Militar (PM). Quando voltaram para a praça, quatro homens acabaram presos por pichação. A PM apreendeu recipientes de plástico e um galão com tintas. Integrantes de grupos sociais que participavam do ato acusam os policiais de agressão e dizem que as prisões foram arbitrárias.
De acordo com a PM, os quatro jovens foram vistos pelos militares pichando uma estação de ônibus e uma banca de revista durante a passeata. Segundo o tenente Joaquim Cardoso, do 1º Batalhão, para evitar um tumulto com os manifestantes, que estavam em grande número nesse momento, os militares monitoraram os pichadores e só fizeram a abordagem na Praça Sete, quando o número de pessoas era menor.
Os policiais apreenderam com suspeitos de pichação duas latas de spray, uma chave de fenda, um pote de tinta e vasilhames com tinta e pincel. “Eles picharam uma banca de revistas na Avenida Paraná com Rua Carijós e também uma estação de ônibus. Os militares que estavam fazendo o patrulhamento não só filmou os atos dos jovens, como também tiraram fotos. Por isso estão presos”, explica o sargento Alair Geraldo Rodrigues.
Os quatro homens foram levados para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan) no Bairro Floresta, na Região Leste. “Um deles assumiu a posse da lata de tinta. Os outros ainda não conversamos”, comenta o sargento.
Os manifestantes dão outra versão para o caso. Segundo Izabella Lourença, que estava presente no ato, a confusão aconteceu depois de uma reunião do grupo. “Começamos a manifestação de forma pacífica e fomos para a Avenida Paraná, onde tentamos entrar em uma estação. Fomos impedidos pela Polícia Militar (PM). Por isso, voltamos para a Praça Sete onde fizemos uma reunião para falar sobre os próximos atos. Quando terminamos e estávamos indo embora, os policiais prenderam o Gladson Reis”, explica.
Em seguida, os outros três homens, Lucas Ferrari, Pedro Blanc e André Veloso, acabaram detidos. “Foi de forma truculenta as prisões. Quando os quatro eram colocados nas viaturas, acabaram agredidos”, comentou Izabella.
Os quatro rapazes foram encaminhados para a Central de Flagrantes 2, da Polícia Civil, no Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte. Eles foram colocados em uma cela enquanto a ocorrência é confeccionada pelos militares. A advogada dos jovens também está no local.
A Polícia Militar confirmou, em entrevista coletiva na delegacia, que o motivo das prisões se deu exclusivamente pelo crime de dano ao patrimônio público. O tenente Joaquim Cardoso ressaltou que o protesto foi pacífico e se não fossem as pichações, ninguém teria sido detido.
Por meio das redes sociais, a Central Sindical e Popular Conlutas compartilhou um vídeo do momento das prisões dos manifestantes. Assista abaixo: