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Estado de Minas

Em meio à crise hídrica, Igarapé elabora projeto para proteger nascentes mineiras

Ideia é cercar os sistemas naturais de água e posteriormente incentivar os produtores a manterem o local sem preservado. Aproximadamente 120 nascentes já fazem parte do programa "Guardião dos Igarapés"


postado em 28/01/2015 14:24 / atualizado em 28/01/2015 15:03

Por causa da seca que atinge alguns municípios de Minas Gerais desde o ano passado, programas que incentivam a preservação das nascentes e os sistemas naturais de água são uma boa alternativa e se tornam ainda mais necessários por causa do atual cenário hídrico do estado. Em Igarapé, cidade localizada a 33 quilômetros de Belo Horizonte, produtores rurais recebem há quase um ano o apoio do programa “Guardião dos Igarapés”, que cerca e mantêm os mananciais longe da poluição e de intervenções que prejudicam a boa qualidade da água.

O programa tem como objetivo principal recuperar e preservar os sistemas naturais geradores de água encontrados em matas ciliares e topos de morros. Segundo a prefeitura de Igarapé, a microbacia do Córrego Batatal, que faz parte da bacia do Córrego Estiva e que é um dos principais contribuintes do Sistema Serra Azul – que abastece a Grande BH – recebeu o projeto piloto do Guardião dos Guararapes em 2013, depois de um apoio técnico da cidade de Extrema, no Sul de Minas.

“Igarapé é um grande distribuidor de água para a Região Central de Minas e desde o ano passado havíamos mostrado este projeto para a Copasa. Estamos dispostos a unir forças para encontrar caminhos e soluções para que o estado não sofra um estrago ainda maior do que já é possível constatar em outras cidades”, diz Cléber Lúcio da Silva, secretário de Meio Ambiente de Igarapé.

Com o “Guardião dos Igarapés” são feitas obras de proteção às nascentes e depois o proprietário passa a receber uma quantia em dinheiro pela prestação de serviços ambientais. Em contrapartida, aumenta-se a quantidade de água captada daquela propriedade. “O fazendeiro passa a ser um produtor de água”, completa o secretário.

Segundo o prefeito José Carlos Gomes Dutra, o valor pago ao proprietário do terreno depende do tamanho da área protegida. “Criamos este programa para que possamos remunerar o produtor, de forma que ele não sinta sua propriedade improdutiva e mantenha as nascentes do estado. Enquanto isso, mantemos uma fiscalização constante para que nossos critérios de qualidade sejam atendidos. Estamos procurando por parceiros, como a Copasa e o Instituto Nacional de Águas (Igam) para ampliarmos o projeto”, diz o prefeito.

Aproximadamente 120 nascentes já fazem parte do programa de proteção e a expectativa é aumentar o número de áreas reservadas nos próximos meses. De acordo com o produtor Elcio Fonseca de Souza o trabalho é importante e ainda pode ser aperfeiçoado.

“Esse iniciativa é excelente, mas sabemos que o resultado não vem da noite para o dia. Precisamos fazer também o plantio de árvores nas encostas para que quando a chuva chegar não aconteça o desassoreamento. Estamos fazendo um trabalho de conscientização dos produtores e agricultores do município para que possamos proteger 100% de nossas águas”, diz.


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