Os familiares das vítimas da tragédia da queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, em Venda Nova, ainda vão ficar sem respostas sobre punição dos responsáveis. A Polícia Civil espera ser notificada sobre a extensão do prazo para a conclusão das investigações do desabamento, que deixou dois mortos e outras 23 pessoas feridas em julho do ano passado.
O pedido da extensão dos prazos, o segundo desde o início das investigações, foi entregue em 5 de dezembro pela Polícia Civil. Segundo a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, o Ministério Público de Minas Gerias (MPMG) analisou a situação e foi favorável pela dilação das apurações. Na terça-feira, o pedido de extensão por 30 dias foi aceito e devolvido para a delegacia.
O Delegado Hugo e Silva, responsável pelo caso, informou, através da assessoria de imprensa da Polícia Civil, que ainda não recebeu a resposta sobre a decisão judicial. Por isso, o prazo extendido ainda não começou a contar.
As apurações sobre o caso já rende um longo inquérito de mais de 1,2 mil páginas. O delegado já ouviu mais de 80 pessoas. Ainda falta, segundo a corporação, analisar as oitivas e provas entregues por testemunhas. Os laudos já foram entregues pela perícia, porém, caso o delegado ache necessário, poderá pedir outras pericias.
Em agosto do ano passado, o Estado de Minas antecipou o resultado de laudos que apontou que o desabamento tem relação com a pouca quantidade de aço em armações de concreto. Em apenas um dos pontos do pilar avaliado, ficou constatado que havia de 15% a 20% menos ferragem do que o necessário na armação. As apurações apontaram que as estacas da estrutura do bloco da base não foram suficientes para suportar a carga maior, por ocasião da retirada do escoramento. Com isso, houve afundamento do pilar e veio abaixo a estrutura horizontal superior (tabuleiro) da alça sul do viaduto, que atingiu um microônibus, um Fiat Uno e dois caminhões.
Trincheira
A BHTrans e a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informaram, na última terça-feira, que aprovaram a concepção do projeto da trincheira que irá substituir o Viaduto Batalha dos Guararapes. Porém, ainda não há data para o início das obras, pois haverá uma reunião entre representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), moradores do entorno, a Consol, que realizou o cálculo do projeto do elevado e da trincheira, e a Cowan, responsável pela obra da estrutura que desabou.
Em nota, a PBH informou que a concepção do projeto da trincheira foi apresentada pela Consol no início de janeiro deste ano. Técnicos da BHTrans e da Sudecap fizeram a análise do material e deram parecer favorável à construção. A administração municipal aguarda, ainda, a conclusão do detalhamento do projeto, que ainda não tem data para ser entregue. Em seguida, a data para início das obras e os detalhes sobre a intervenção serão discutidos em uma reunião que será marcada pelo MP.