A grande degradação pode inviabilizar ou encarecer a formação de uma barragem em um desses dois mananciais, segundo especialistas, que também alertam para os impactos sociais e ambientais. O Estado de Minas teve acesso aos locais provisórios de estudo para implantação da nova barragem e a detalhes que servirão de base para um projeto.
Os dois rios passam pelas zonas rurais de Caeté, Nova União, Taquaraçu de Minas e Jaboticatubas. São localidades simples, sem tratamento de esgoto e com uso da água para a irrigação de lavouras e criação de gado de corte. Nessas comunidades, ninguém ainda sabe do estudo da Copasa e e não há preocupação com os impactos sobre os mananciais, que recebem esgoto e lixo.
O Taquaraçu tem mais lançamentos de esgoto doméstico, despejo de lixo urbano, além da seca severa.
A escolha de um dos dois rios para receber a nova represa foi anunciado pelo governador Fernando Pimentel (PT). “Estamos resgatando um estudo (da Copasa) para criação de outro sistema de abastecimento, que não vai ser o Paraopeba nem o Velhas. Teríamos um ponto de captação acima (norte) nos rios Taquaraçu e Jaboticatubas”, disse o governador, na semana passada.
Outras obras que formam o pacote de reforço hídrico para abastecimento também preocupam especialistas. Há duas captações pretendidas para o Rio Paraopeba, uma delas de 1 metro cúbico por segundo, para transferir água para o Sistema Serra Azul, em Juatuba, e outra de 4 metros cúbicos por segundo para o sistema Rio Manso. Essa segunda intervenção depende da viabilidade jurídica de um aditivo a um contrato de parceria público-privada, que o secretário de estado de Transportes e Obras Públicas, Murilo Valadares, considera de grande mobilização. “São 4km de adutoras para serem construídos e vamos precisar de bombas (hidráulicas) de 12 mil volts, que talvez tenham que ser importadas. É tudo muito urgente, porque pode não chover em outubro, e, em dezembro, os reservatórios vão secar”, afirmou..