O metalúrgico Wewerton Henrique é uma das vítimas dos marginais. Ele contou que nessa segunda-feira o apartamento onde ele mora com a esposa foi invadido por criminosos que levaram uma televisão, reviraram o guarda-roupa e roubaram a chave do carro dele, um Fiat Stilo preto. Em seguida, os marginais foram até a garagem do prédio e fugiram com o veículo que a vítima havia comprado há cerca de dois meses.
Henrique disse que no momento do crime o apartamento estava vazio porque ele e a esposa estavam no trabalho. Outros dois vizinhos foram vítimas dos assaltantes, segundo a vítima. Morador há quatro meses no prédio, o metalúrgico contou que ficou sabendo da ação dos criminosos depois de ser informado pela polícia.
A doméstica Bruna Amélia de Carvalho teve o apartamento invadido duas vezes em cinco meses. Na primeira ocorrência, em setembro de 2014, a moradora contou que chegou em casa do trabalho por volta das 19h30 e se deparou uma porta arrombada. Os criminosos roubaram um aparelho de TV, um videogame e uma cama.
De acordo com a doméstica, não havia nenhum morador no apartamento quando os marginais entraram. Ela reside no local com o marido e o filho de 6 anos.
A vítima contou que os suspeitos entram no prédio pelo portão principal, passaram pelo hall antes de terem acesso ao imóvel. Depois do crime, Bruna de Carvalho trocou uma das portas do apartamento e pôs tetra chave e grade.
O reforço na segurança do imóvel não intimidou os criminosos, que entraram no local em 14 de janeiro e roubaram um videogame. Na ocasião, o marido da vítima foi quem chegou em casa e percebeu que o apartamento tinha sido invadido. Ela contou que ligou para a polícia por volta das 18h, mas os militares chegaram ao endereço informado por volta das 20h30.
A doméstica revelou que a violência no Bairro Masterville tem mudado os hábitos da família. Todas as vezes que chega em casa com o filho e o marido Bruna pede para companheiro entrar primeiro no imóvel. "A gente acha que não nunca vai acontecer", contou.
Wewerton Henrique e Bruna de Carvalho acreditam que os criminosos estão agindo durante o dia, aproveitando que os moradores saem para o trabalho.
Versão da PM
O comandante do 4º Pelotão da Polícia Militar de Sarzedo, tenente Samuel Luiz Vieira, reconheceu o aumento do número de furtos no Bairro Masterville. Segundo ele, é um bairro novo, basicamente formado por prédios e os moradores não conhecem uns aos outros.
O PM citou o exemplo de um casal que foi preso há pelo menos dois meses suspeito de envolvimento nesses crimes. Eles eram moradores do Bairro Lindéia, na Região do Barreiro, em BH. “A característica dos furtos era que aconteciam na parte da tarde, eles paravam o carro na porta da residência, entravam tranquilamente e saíam transportando pequenas coisas, se passando por moradores”, explicou o militar.
Segundo ele, alguns vizinhos viam a movimentação, mas como a mulher estava grávida, e acompanhada de outra criança, as pessoas não desconfiavam. O casal teria feito pelo menos sete vítimas. “A grande dificuldade nossa é que os vizinhos muitas vezes não atentam para os suspeitos, alguns vêm bem trajados. Tivemos casos de gente abrindo portão com chave micha, o vizinho do lado, e não observa essas pessoas”, explica o militar.
Para reverter a situação, o tenente Vieira acredita que a melhor opção é implantar a rede de vizinhos protegidos, onde os moradores se reúnem com a Polícia Militar (PM) para discutir a situação do bairro e também receber orientações para evitar furtos e outros tipos de crimes na vizinhança. O comandante do 4º Pelotão informou que deve procurar os moradores do Masterville ainda nesta semana para convidar as pessoas a participarem da rede.