O trânsito na Avenida Cristiano Machado, na Região Norte de Belo Horizonte, foi completamente liberado por volta das 16h40 desta terça-feira.
A Avenida Cristiano Machado ficou fechada por aproximadamente uma hora e meia. Mesmo com a liberação, os motoristas ainda enfrentam lentidão até o Bairro Floramar, no sentido Aeroporto/Centro, devido ao grande número de veículos.
A reintegração de posse aconteceu um dia depois que as manifestações fizeram um protesto no Centro de Belo Horizonte. Segundo Frei Gilvander Luíz Moreira, assessor da Comissão Pastoral da Terra, a ação descumpriu o acordo feito com o Governo de Minas. “Estamos profundamente indignados. Fizemos uma reunião ontem (segunda-feira) e em menos de 24 horas eles descumpriram”, afirmou.
De acordo com o capitão Carlos Felipe Oliveira de Souza, do Batalhão de Choque da Polícia Militar, os moradores ocupavam prédios inacabados da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) que estavam abandonados há dois anos. Os militares chegaram no local com a ordem de despejo e deram um prazo para as famílias deixarem os 59 apartamentos divididos em seis blocos. Conforme o capitão, a desocupação aconteceu sem nenhum tumulto.
Em nota, o Governo de Minas informou que os imóveis ocupados eram destinados a famílias de baixa renda beneficiadas por programas sociais de habitação. Ainda conforme o documento, a desocupação realizada nesta tarde teve como objetivo assegurar o benefício concedido às famílias já cadastradas.
As pessoas desalojadas foram identificadas, segundo o governo, pela Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab) para possível inclusão dessas famílias em programas habitacionais.
Ônibus incendiados
Logo depois da desocupação, um ônibus da linha 702 (Estação São Gabriel/Xodó-Marize) foi incendiado no Bairro Xodó-Marize. Em seguida, outro veículo também foi alvo de vândalos na Rua Sebastião Cardoso Antolin, no Bairro Jardim Guanabara. Segundo funcionários da empresa de ônibus, Auto-ônibus Floramar, dois homens abrodaram o cobrador no ponto de apoio do bairro e espalharam gasolina no veículo. Em seguida, atearam fogo e ficaram aguardando ao lado da vítima até que o carro fosse totalmente destruído.
Antes de fugir, os criminosos afirmaram que o ato foi feito em retaliação a desocupação das famílias da Chico Xavier. As chamas atingiram a rede elétrica e deixaram casas e comércios sem energia elétrica.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra BH) condenou os atos de vandalismo e ressaltou que os veículos queimados ficam mais de 150 dias sem substituição. Por causa disso, os passageiros saem prejudicados..