Jornal Estado de Minas

Copasa quer reduzir em 5 horas tempo para contenção de vazamentos de água

Quarenta equipes estarão nas ruas a partir desta quinta-feira para conter os vazamentos em BH e na região metropolitana. Meta é de que o tempo para conclusão dos trabalhos caia de nove para quatro horas

Cristiane Silva
Oitenta profissionais vão atuar nos 12 distritos da Copasa a partir de hoje - Foto: Jair Amaral/EM/DA Press

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) pretende reduzir de nove para quatro horas o tempo de ação para estancar vazamentos de água nas redes em Belo Horizonte e na região metropolitana. Para isso, foi lançado nesta quinta-feira o programa CaçaGotas, que conta com 80 profissionais da companhia, divididos em 40 equipes em campo, especializadas no combate ao problema.

A Copasa estima que 40% da água tratada é perdida. Dentro desta porcentagem, 60% é de vazamentos, 30% em ligações clandestinas e 10% por erro de medição. Segundo o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Perilli, somente em 2014 foram registrados 96 mil vazamentos na capital mineira. Dessa forma, a nova ação da companhia visa reduzir esse índice, que corresponde à maior parte da perda.

Os profissionais que integram as equipes são contratados da Copasa e já têm experiência com esse tipo de trabalho. Eles vão atuar em 12 distritos – divisão regional usada pela companhia – da Grande BH.
As demandas vão chegar por meio do telefone 115, que faz a triagem, encaminhadas ao distrito onde o vazamento que está ocorrendo e o distrito desloca a equipe. “O veículo que estiver mais próximo, e em condições de atender, vai ser deslocado e primeiro vai fechar o vazamento. Se o vazamento for um que ele tenha condições de consertar, ele já faz esse conserto. Se não, se for um vazamento maior, ele aciona outras equipes mais capacitadas para resolver o problema”, explica Perilli. “O que nos interessa no momento é estancar o vazamento. A correção desse vazamento pode ser feita depois, o que não podemos é perder a água”, pontua.

O diretor da Copasa afirma que a geografia da Grande BH favorece a ocorrência de vazamentos, devido à alta pressão da água na tubulação. “O relevo da região metropolitana nos obriga a abastecer residências que estão com desnível geométrico uma da outra de até 500 metros. No Bairro Mangabeiras nós estamos em uma cota 1 mil, nós temos em Lagoa Santa cota 500, ou seja, nós temos 500 metros de desnível. Isso gera pressões enormes que a gente vem combatendo com válvulas redutoras”. Segundo ele, os equipamentos reduzem a pressão em locais onde há mais vazamentos. “Com isso, a rede de água submetida à menor pressão rompe menos”.

As ligações clandestinas também vão ser monitoradas pelo Programa CaçaGotas.
No ano passado a companhia identificou 1.044 ligações clandestinas, o que configura, em média, 20 irregularidades por semana. Segundo Perilli, as equipes noturnas estarão equipadas com geofones para detectar os vazamentos e os “gatos”.

Equipe do programa CaçaGotas repara vazamento no Bairro Renascença, Região Nordeste de BH - Foto: Jair Amaral/EM/DA Press

RACIONAMENTO Questionado sobre a possibilidade de medidas drásticas para reduzir o consumo de água na Grande BH, como o rodízio e multa para o desperdício, o diretor voltou a afirmar que as medidas ainda serão analisadas caso o Instituto Mineiro de Gestão de Águas decrete situação crítica no estado . “Hoje a posição da Copasa foi no sentido de conclamar a população para o apoio na redução do consumo, ao mesmo tempo que enviou ao Igam os relatórios solicitados para que a gente possa decretar a criticidade dos recursos hídricos. A partir dessa decretação é que serão estudadas as próximas medidas”. .