O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, Região Metropolitana de Belo Horizonte, viveu um caos nesta sexta-feira.
O caos no aeroporto começou logo no início desta manhã. A neblina e o mau tempo fizeram o terminal ficar fechado para pousos e decolagens às 7h20. Somente foi aberto depois de duas horas.
Por causa disso, os cancelamentos e atrasos foram inevitáveis. De acordo com a BH Airport, concessionários que responsável pelo terminal, além dos 65 voos cancelados, outros 69 sofreram atrasos e 37 tiveram que ser deslocados para aeroportos de cidades brasileiras.
Devido aos atrasos e cancelamentos, milhares de pessoas ficaram no saguão. Longas filas se formaram nos guichês de atendimentos das companhias aéreas. Houve bate-boca entre funcionários e passageiros, que reclamaram da falta de informação e auxílio. É o caso da professora Isabel Dinorá, de 63 anos, que mora em Salvador, e está com a neta Cauane, de 3, que é cardíaca, em Confins. Ela foi a São Paulo fazer revisão da cirurgia da neta, mas chegando em Confins não pôde seguir viagem para Salvador. A TAM cancelou o voo 3216 e não deu nenhuma informação. “Tem medicação para minha neta tomar”, queixa-se. Em nota, a companhia aérea afirmou que o voo foi reprogramado e decolou de Confins às 1h12 deste sábado, chegando à Salvador às 2h37. A TAM também informou que as decisões tomadas visam a segurança dos voos e que todos os passageiros receberam a assistência necessária.
O professor universitário Vagner Tebaldi, de 39, chegou de Montes Claros, Norte de Minas, às 7h para fazer conexão para Vitória e até às 17h não tinha conseguido embarcar. "A falta de informação foi o que doeu mais aqui. Desde 9h, algumas empresas suspenderam as atividades", disse. depois de cinco horas na fila, conseguiu remarcar para sábado o seu voo.
Às 20h30, a situação em Confins já não era crítica, e apenas um voo tinha cancelado e seis estavam atrasados.
Já à noite, a psicóloga Natalia Pena, de 27 anos, chegou mais cedo no terminal, para tentar antecipar seu voo para o Rio de Janeiro. “Me disseram que não tinha como ir mais cedo, pois com o fechamento do aeroporto, os voos do começo da noite partiram lotados". Já a fisioterapeuta Adriana Shinohara, de 29, depois de 16 horas para conseguir chegar a Confins, vinda do interior paulista, não conseguiu a garantia de que seguiria para Montes Claros, no Norte de Minas, nem mesmo de ônibus. (Com informações de Landercy Hemerson)
Além da falta de informação por parte das empresas, os passageiros também tiveram que conviver com goteiras em alguns lugares do terminal, que ainda passa por obras. A BHAirport informou que os locais onde a água ficou empossada foram isolados e funcionários fizeram a limpeza.
Outro problema levantado pelos passageiros foi a falta do ILS (instrument landing system, sigla em inglês), aparelho que dá a orientação precisa ao piloto durante o pouso quando as condições do clima prejudicam a visibilidade, como em situações de névoa, chuva, neve, entre outros. O Aeroporto de Confins não conta com o equipamento.
Funcionários de empresas aéreas justificaram, conforme pessoas ouvidas pelo em.com.br, os atrasos e cancelamentos pela falta do ILS. A BH Airport admitiu que o equipamento ainda está em fase de homologação pela aeronáutica e ainda não tem data para entrar em operação. Além disso, informou que mesmo com o equipamento a situação seria crítica, pois o fechamento do terminal se deu pela má visibilidade..