Mateus Parreiras
Depois de um janeiro de poucas precipitações, as chuvas voltaram com mais vigor neste mês e já representam 75,5% da média histórica de fevereiro, que é de 188 milímetros. Má notícia para quem depende das condições meteorológicas para voar, mas esperança para o estado, que vive à sombra da crise hídrica e do racionamento. Do dia 1º deste mês até domingo foram 142 milímetros, distribuídos em grandes concentrações, como ocorreu na última sexta-feira (55 milímetros) e chuvas mais esparsas. Para o meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto Climatempo, a tendência é que se ultrapasse a média histórica, com precipitações previstas até a segunda-feira de carnaval. “Não devemos ter uma alteração muito significativa nos reservatórios, porque precisaríamos de uma sequência maior de dias chuvosos”, afirma.
A ponderação se reflete nos níveis dos reservatórios e da vazão do Rio das Velhas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, monitorados pela Copasa. Com o acumulado, ontem, as represas do Sistema Paraopeba, que ao lado do Rio das Velhas abastece a maior parte da Grande BH, fecharam apenas 0,1 ponto percentual acima de sábado, em 29,9%. Dos três subsistemas que compõem o Paraopeba, o que mais subiu percentualmente foi o de Vargem das Flores, que passou de 29,1% para 29,3% de acumulação (veja quadro).
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuva para hoje ao longo de todo o dia, sendo que as precipitações pela manhã devem ser esparsas, com pancadas fortes e trovoadas à tarde e à noite. Para amanhã, a chuva deve prosseguir por longos períodos, mas deve perder intensidade na quarta e quinta-feiras, quando o tempo abre e as temperaturas devem voltar a bater os 30°C, segundo estima o Inmet.
Ontem, de acordo com o TempoClima/PUC Minas, devido à atuação da zona de convergência de umidade, as condições meteorológicas foram favoráveis à ocorrência de chuvas acompanhadas de rajadas de vento em torno de 40km/h. Os maiores volumes de chuva em Belo Horizonte foram registrados nas regionais Venda Nova e Pampulha, com volume estimado em 20 e 40 milímetros, respectivamente.
PREJUÍZOS Porém, além de esperança de aliviar a crise, a chuva trouxe transtornos à capital. Na Avenida Assis Cateubriand, no Bairro Floresta, Região Leste, uma árvore caiu sobre cinco carros. Ninguém se feriu. Na Avenida Afonso Pena, no Centro, outra árvore de grande porte caiu, destruindo um Uno e interditando quase totalmente as pistas no sentido rodoviária, depois da Praça Sete. Não havia ninguém no interior do carro. Nos dois casos, bombeiros liberaram as vias. (Com João Henrique do Vale)