Jornal Estado de Minas

Às vésperas de completar dois anos, homicídio de argentina continua indefinido pela Justiça

Processo segue em fase de alegações finais e não há previsão para a decisão final da Justiça. Em fevereiro de 2013, Maria Silvina, que estava grávida, foi assassinada com um tiro na cabeça

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Ela estava grávida de sete meses quando foi morta - Foto: Reprodução/Internet
Às vésperas de completar dois anos, o homicídio da argentina Maria Silvina Valéria Perotti, de 33 anos, continua não solucionado. A vítima estava grávida de sete meses quando foi assassinada com um tiro na cabeça. O bebê foi salvo por meio de uma cesárea de emergência e vive hoje com a avó materna em Buenos Aires. Nesta terça-feira, uma missa será celebrada na Igreja do Pilar, na capital portenha, para agradecer pela vida do menino Mateus Santiago e em memória à sua mãe. No Brasil, a Justiça segue a passos lentos a busca por seu assassino. O principal suspeito, o então marido da vítima, José Antônio Mendes de Jesus, continua livre.

No último dia 22 de janeiro, o Ministério Público já havia requerido a prisão preventiva do acusado. O pedido foi feito durante a audiência de instrução de caso, que determinaria se o réu será julgado por um júri popular. No mesmo dia, a juíza Rafaela Kehrig Silvestre declarou concluída a instrução, sem necessidade de novas diligências e decidiu que iria apreciar o pedido de prisão preventiva após o prazo sucessivo de alegações finais para o Ministério Público e a Defesa.

O Fórum Lafayette informou nesta segunda-feira que o caso ainda está em fase de alegações finais, que é a peça apresentada depois da fase do requerimento das diligências complementares e que antecede a decisão do juiz.
Enquanto isso, a dor e a angústia dos familiares de Maria Silvina permanece. As testemunhas do caso começaram a ser ouvidas em dezembro do ano passado, depois que José Antônio de Jesus foi denunciado pelo MP de Minas Gerais e a denúncia foi acatada foi pela Justiça.

Relembre o caso

O crime aconteceu em fevereiro de 2013, no Bairro Calafate, Região Oeste de Belo Horizonte. A argentina Maria Silvina Valéria, de 33 anos, estava no sexto mês de gestação quando foi baleada na cabeça e jogada em um lote vago. Duas testemunhas disseram à Polícia Militar que havia duas pessoas no carro quando ela foi baleada e jogada na rua. Uma delas garantiu ter visto José Antônio pegar a arma na parte traseira do carro. Outra testemunha disse que o suspeito pegou a mulher pelo pescoço, encostou a arma no queixo dela, disparou dois tiros e fugiu.

À polícia, José Antônio disse que ele e a mulher estavam a caminho do supermercado e o Gol que ele dirigia foi fechado por dois homens numa moto. Segundo ele, Maria Silvina foi baleada e jogada para fora do carro e um dos ladrões teria seguido com ele no carro, acompanhado de um segundo assaltante de moto. Valéria, como era mais conhecida, chegou a ser atendida pelo Samu, que por meio de uma cesariana de emergência conseguiu salvar o bebê. O garoto Mateus Santiago, filho da empresária argentina, deixou o Hospital Júlia Kubitschek depois de ficar internado por três meses e sete dias na UTI neonatal da unidade de saúde.

O inquérito do crime foi encerrado em abril de 2014. José Mendes foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e meio que dificultou a defesa da vítima – e tentativa de aborto. Esse último crime, porque a mulher estava grávida. Mendes chegou a ser preso no Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristóvão, mas foi liberado dois dias depois.
O juiz Carlos Roberto Loyola entendeu que a prisão dele não teve fundamento em provas da autoria na morte da empresária.

Com informações de Gabriella Pacheco
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