Jornal Estado de Minas

Belo Horizonte

Portadora de hepatite C sofre com falta de remédios para tratamento

Dona de casa precisa de medicamentos importados de alto custo para tratar doença. Justiça já autorizou a compra dos produtos, porém a Secretaria Municipal de Saúde ainda não fez a aquisição

Rafael Passos
Uma dona de casa de 61 anos, moradora de Belo Horizonte, sofre com o atraso na liberação de recursos públicos para o custeio de um tratamento contra a hepatite C.
Gleusa Amaral é portadora da doença há dois anos e está com cirrose medicamentosa que compromete o funcionamento do fígado. Quem denuncia o caso e pede ajuda às autoridades é a filha dela, a operadora de caixa Karla Nunes, de 40.

De acordo com a mulher, a mãe precisa se submeter a uma medição por quatro meses a base de dois remédios importados: Sofosbuvir e Simeprevir. Segundo Karla Nunes, o custo do tratamento durante o período recomendado chega R$ 330 mil. A indicação da medicação ocorreu no Hospital das Clínicas (HC).

Em razão do preço dos remédios, a operadora de caixa acionou a Justiça em 26 de novembro de 2014 e, em 2 de dezembro, um juíz deu parecer favorável e intimidou à Secretaria Municipal de Saúde a comprar os medicamentos.

Karla conta que foi informada pela pasta que o processo da mãe chegou à secretaria em 15 de dezembro. Segundo o órgão, a liberação dos remédios pode levar cerca de 60 dias e mais um mês para a chegada do produto, porém o motivo da demora na aquisição dos medicamentos não divulgado.

A operadora de caixa revela ainda que a doença deixa a dona de casa com depressão, síndrome do pânico, dores pelo corpo e vômitos. Apesar disso, Gleusa está em casa sob cuidados da filha e de uma irmã.
"Tem dias que ela está ótima, mas tem dia que ela piora muito e não sai da cama".

Karla e Gleusa moram no bairro Providência, na Região Norte de capital. A reportagem do Em.com.br e entrou em contato com a secretaria e aguarda uma resposta..