O município, e pelo menos outras 20 cidades mineiras, cancelaram as festividades em 2015. As medidas foram tomadas, além da crise hídrica, pela falta de verbas e também de segurança. A região Centro-Oeste foi a que mais teve proibição.
No decreto publicado nesta sexta-feira, a prefeitura estabelece algumas regras que devem ser seguidas nos dias da folia, como a proibição de festas, comemorações organizadas e desfiles de blocos carnavalescos que impeçam o trânsito de veículos e pedestres, nas vias e espaços públicos. Como o carnaval foi cancelado, o atendimento extraordinário nas áreas de saúde e limpeza foram cancelados. Por causa disso, “aquele que der causa ao aumento na demanda na limpeza pública e no atendimento de saúde no referido período ficará obrigado a ressarcir aos cofres públicos os valores despendidos para tais atendimentos”.
A polêmica fica para dois pontos, que se referem aos foliões e aos bares e restaurantes. Segundo o decreto, a utilização de som automotivo em alto volume e a utilização de instrumentos musicais, como tambores, banjo, bumbo, tarol, pandeiros e cornetas, “que causem prejuízo à ordem, ao livre trânsito de veículos e pedestres, bem como à segurança pública”, estão proibidos. A pessoa que descumprir a determinação, terá o carro e os materiais apreendidos. Além disso, deverá pagar multa de R$ 516,20.
Para o procurador-geral do município, o texto foi mal interpretado pela população. “Nos reunimos com o pessoal dos blocos para tentar explicar a situação e clarear as dúvidas. O que determinamos é que, como estamos sem condições de promover as festividades de carnaval, suspendemos as atividades patrocinadas pelo município. Os blocos vão poder sair normalmente e fazer o trajeto normal, desde que não haja interdição da via.
O decreto também proíbe os estabelecimentos comerciais de usar “aparelhos sonoros de qualquer natureza, ou qualquer instrumento musical que causem ruídos excessivos e que sejam direcionados a extrapolarem as suas dependências, causando aglomeração de pessoas em vias públicas nas suas imediações e causando transtornos à ordem pública”. Caso a determinação seja descumprida, os alvarás de funcionamento podem ser suspensos.
Reclamações nas redes sociais
Logo depois que o decreto chegou à população, diversos moradores criticaram a prefeitura. “Mesmo faltando água (que é bem possível que não falte), não poderia faltar disposição e criatividade, sobretudo respeito pela festa centenária. O que sobrou foi preguiça dos gestores públicos não só acabando com a festa, mas buscando exercer um cerceamento absurdo”, disse Saulo Sabino.
Já Paula Vasconcelos, afirmou que o decreto é inconstitucional. “Fiquei "estarrecida" da proibição da população manifestar alegria e circular nas ruas com o espírito carnavalesco tão típico dos oliveirenses. Fica aqui o meu receio de, caso eu queira dar uma volta no centro vestida de 'cainágua', corre risco de ser presa!”, protestou.
Outro morador relembrou da tradição da folia da cidade.