Diamantina – Está precisando com urgência de fantasia? Quer mudar a “cara” do abadá e tirar onda com um decote mais ousado? Ou a roupa rasgou e necessita de conserto para agora? Em Diamantina, no Vale do Jequitiinhonha, uma equipe de costureiras está pronta para atender o folião e deixá-lo na “linha” para o carnaval. “Posso receber até mil pessoas por dia”, garante Míriam Ribeiro, que veio de Porto Seguro (BA) com mais duas profissionais do setor e tem resolvido problemas de última hora. “Hoje fiz até fantasia de bruxinha”, contou Míriam, na maior simpatia diante da máquina de costura instalada na Praça do Mercado, no Centro Histórico da cidade, que é patrimônio cultural da humanidade.
A designer Rhaíssa Mariana de Oliveira, de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, gostou da ideia e, em poucos minutos, tinha o abadá costumizado. “É a primeira vez que venho ao carnaval de Diamantina e achei ótimo esse serviço rápido”, disse a jovem. O casal de Sorocaba (SP) Gustavo e Sabrina Paniza também esperou com paciência o momento de ver transformada a camiseta, desta vez com a assessoria da outra especialista da equipe, a cantora Eliane Dias. As costureiras ainda vão marcar presença em Ouro Preto, Montes Claros e outros municípios mineiros que saúdam o rei Momo.
A expectativa é que 30 mil pessoas passem o carnaval em Diamantina, onde, segundo o prefeito Paulo Célio (PSDB), não há problema de falta d'água. “Nosso objetivo não é ter uma multidão aqui neste período, mas oferecer um carnaval qualificado”, afirmou o chefe do Executivo, que, na tarde de ontem, visitou o palco preparado para receber hoje à noite o show da banda Jota Quest, seguido dos grupos Batcaverna e Bartucada. “Unimos a tradição, como o desfile dos blocos, entre eles o Sapo Seco, e outras atrações culturais.” Ontem, o grupo Sambô levou os foliões ao delírio.
MONUMENTOS PROTEGIDOS
Ainda nas comemorações dos 15 anos como patrimônio cultural da humanidade, título concedido em dezembro de 1999 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Diamantina apresenta uma novidade nesta festa, com a proteção “artística” de monumentos tombados, entre eles a Catedral Metropolianta, as igrejas do Bonfim e do Amparo e o Museu dos Diamantes. Nos tapumes, está o resultado da Oficina Educar, trabalho feito com os estudantes da rede municipal de ensino. “Passo o carnaval aqui há três anos e ainda não tinha visto algo assim. Juntaram educação patrimonial e segurança dos prédios históricos”, afirmou a estudante Hosana Mota Caetano, de 22 anos, vinda de Montes Claros, no Norte de Minas, com as amigas Rúbia Lafetá Rabelo, de 21, e Raíssa Carvalho Pontes, de 20.