Jornal Estado de Minas

Uberlândia entra em estado de alerta por causa da falta de água

Assim como grande parte dos 853 municípios de Minas Gerais, a cidade no Triângulo, também está preocupada com a falta de água

Ana Clara Brant
Uberlândia – Assim como grande parte dos 853 municípios de Minas Gerais, Uberlândia, no Triângulo, também está preocupada com a falta de água.
E já que a cidade enfrentou racionamento moderado no segundo semestre do ano passado, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) avisa que a situação hoje é de alerta. "Estamos em estado de atenção e sem sobra de água. Tudo que está chegando estamos mandando para a rede. Se não chover, podemos sim ter um novo racionamento", afirma o diretor-geral do Dmae, Orlando de Resende.


Só para se ter uma ideia, em janeiro, esperava-se um mínimo de 200mm de precipitação, e choveu pouco menos da metade. Ele acrescenta que, com o susto de 2014, quando 20% da população (cerca de 30 mil pessoas) teve que lidar com a distribuição racionada de água tratada entre agosto e outubro, os moradores passaram a consumir a água de forma mais consciente. "Além de toda a campanha que fizemos, com agentes educativos abordando os desperdiçadores e identificando vazamentos, entre outros abusos, os moradores também adotaram algumas precauções por conta própria", destaca Resende.

O Dmae chegou a receber aproximadamente 4 mil telefonemas de pessoas denunciando os desperdícios, sem falar que a maioria ainda colaborou economizando e seguindo medidas simples, como reduzir o tempo no banho, corrigir vazamentos dentro de casa, abolir mangueira para limpar passeios e calçadas ou até mesmo reutilizar a água.

"Fizemos uma pesquisa e constatamos que 90% da população tomou e ainda continua tomando alguma medida de economia. Esse alerta que ocorreu aqui talvez tenha faltado em Belo Horizonte. Uberlândia já incorporou no seu cotidiano essas precauções. Estamos conseguindo abastecer em 100%, porém, com os uberlandenses economizando em torno de 15%", frisa o diretor do Dmae.

ABASTECIMENTO

O diretor revela que há duas fontes de abastecimento em Uberlândia: o Rio Uberabinha, que fornece água para a Estação de Tratamento Sucupira (ETA), e o Ribeirão Bom Jardim, que fornece para a estação de tratamento de mesmo nome. Cada uma delas é responsável mais ou menos por 50% do abastecimento. "Como choveu um pouco no começo deste mês, a situação é relativamente melhor. Mas, em Sucupira, por exemplo, há uma cachoeira que tinha um volume de água impressionante e atualmente está bem reduzido", pontua. Resende diz ainda que os reservatórios são pequenos e que não abastecem a cidade por longos períodos. "Dependemos da recuperação das nascentes, dos mananciais, dos lençóis freáticos e da própria vazão do rio. E para que isso ocorra, além de revitalizar e recuperar as áreas degradadas nas nascentes, tem que chover." Segundo o diretor do Dmae, já está em fase de licitação o projeto para a construção da terceira estação de captação de água, a de Capim Branco, na cidade.

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