Jornal Estado de Minas

Após temporal, moradores de várias regiões de BH ainda contabilizam prejuízos

Moradores dos prédios atingidos por carros arrastados por chuva no Sion contabilizavam perdas ontem. Bombeiros também tiveram trabalho para remover árvores de vias públicas

Jorge Macedo - especial para o EM
Pedro Cerqueira e Andréa Silva

Árvore, que caiu durante temporal, interrompeu o tráfego ontem na Avenida Otacílio Negrão de Lima - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press.

Depois da forte chuva que atingiu a capital no final da tarde de segunda-feira, a terça de carnaval serviu para moradores de várias regiões de Belo Horizonte contabilizarem os prejuízos. Na principal ocorrência registrada durante o temporal, no prédio de número 41 da Praça Miguel Chiquiloff, no Sion, o muro da garagem não suportou a força da água que desceu pela Rua Nicarágua A (sem pavimentação) e cedeu. Sete carros foram arrastados e ficaram destruídos. No edifício vizinho, que foi atingido por um dos veículos, a caixa a caixa d’água subterrânea foi contaminada e teve de ser esgotada e limpa. O sistema de elevadores também precisou ser secado Segundo o administrador José Marques Guimarães de Castro, dono de um dos apartamentos, o prejuízo inicial soma R$ 1.750.

“Esperamos que este dinheiro seja ressarcido pela prefeitura. A retirada do carro que caiu em nossa garagem vai dar trabalho. Espero que não cause outro prejuízo”, afirmou. A empresária Zilda Blank, que mora no prédio de número 41, se mudou para o edifício há duas semanas.

Ela conta que os moradores mais antigos disseram que, depois de uma obra realizada pela Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), muito entulho foi deixado no local, o que teria contribuído para impedir o escoamento da água. “A própria limpeza que foi feita hoje (ontem) pela Sudecap foi muito superficial”, afirma Zilda, cujo veículo estava na garagem e teve perda total. A moradora explica que os elevadores do prédio foram afetados e apenas o de serviço está funcionando. Lá, a caixa d’água subterrânea também foi atingida. “Não estou usando água para beber, cozinhar e nem tomar banho.”

Segundo Alex Costa, vistoriador da Defesa Civil, o prédio não sofreu dano estrutural. Funcionários da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) realizaram a limpeza do sistema de escoamento d’água, mas ninguém do órgão foi encontrado para falar se o acúmulo de água foi causado por alguma obstrução na rede. A Gasmig informou, por nota, que “está apurando a situação ocorrida, juntamente com a empreiteira prestadora de serviço, bem como averiguando possíveis causas para a queda do muro”.

ÁRVORES E ENERGIA Parte dos bairros de Belo Horizonte e de Nova Lima, na Grande BH, que ficaram no escuro durante o temporal amanheceu sem energia ontem. Técnicos Cemig trabalharam durante o dia para restabelecer a luz. A chuva, acompanhada de ventos fortes e granizo, que durou cerca de uma hora, ainda derrubou várias árvores, provocando o rompimento de cabos de energias e o tombamento de alguns postes de iluminação pública. Também houve queda de muros e alagamento de vias.

A região mais afetada na capital foi a da Pampulha, com um volume de 50mm de chuva. A Cemig informou que com a queda das árvores sete linhas de distribuição na Região da Pampulha foram desligadas, deixando milhares de residências sem luz. Houve queda de energia, mas com pontos isolados, nos bairros Santa Efigênia, na Leste, e Serra, na Centro–Sul.


O Corpo de Bombeiros teve muito trabalho ontem para retirar árvores, troncos e galhos que ficaram sobre ruas, avenidas e passeios. Um balanço divulgado pela corporação contabilizou 20 chamadas entre a madrugada e o início da manhã. A maioria das solicitações foi para a Pampulha e Região Centro-Sul da capital.

A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) emitiu ontem alerta sobre previsão de chuvas com volume significativo, acompanhadas de rajadas de vento de até 50km/h, trovoadas e descargas atmosféricas. A estimativa é de que choverá de 20mm a 40mm até a manhã de hoje na Grande BH.

 

 

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