Matuzalém Ferreira Júnior e Antônio Pires, o Pedrão, batem boca na apresentação pela polícia - Foto: Jairo Chagas /Jornal da ManhãA troca de acusações entre Matuzalém Ferreira Júnior, de 49 anos, e Antônio Moreira Pires, o Pedráo, de 37, presos pelas execuções de Izabella Marquez Giavenchio, de 22, e os filhos gêmeos dela, Lucas e Ana Flávia, de 40 dias, deve resultar na reconstituição das circunstâncias do bárbaro crime, que chocou a população de Uberaba, no Triângulo Mineiro. É o que admite o delegado Ramon Bucci, chefe do 5º Departamento de Polícia Civil de Uberaba, já que a arma foi localizada cinco dias depois dos assassinatos, ocorridos no interior paulista, o que impossibilita a realização de exames técnicos para definir o autor dos tiros. Ontem à tarde, Pedrão prestou novo depoimento em que reafirmou não ter atirado na jovem e nas crianças. Na quinta-feira, quando foi preso, ele participou de acareação com Matuzálem, suposto pai dos gêmeos e mandante das mortes, em que afirmou não ter participação direta no triplo homicídio. “Eles são bem frios. Na acareação, não esboçaram reações que apontassem para contradições em suas versões”, pontuou Bucci.
O delegado Ramon não tem dúvidas da participação dos dois. “Sendo ou não o Pedrão o autor dos tiros, isso não o inocenta e nem ao Matuzálem, que concorreu para o crime, usando da confiança que Izabella tinha nele para levá-la com as crianças para serem mortas”, destacou o delegado. Com os dois acusados atrás das grades, depois de decretada suas prisões temporárias, a delegada Carla Bueno, responsável pelas investigações, tem o prazo de 30 dias para concluir o inquérito policial, em que a dupla deve ser indiciada por homicídio triplo qualificado, sequestro e ocultação de cadáver.
Em seu depoimento, Pedrão disse que se encontrou com Matuzalém para acertar um trabalho como pedreiro.
Ele afirma que estava no banco da frente do veículo do empreiteiro, quando Izabella, persentindo que estava sendo sequestrada, saltou sobre o motorista.
“Ele contou que a jovem caiu para fora do carro e Matuzalém, que usava luvas cirúrgicas, atirou. Ao ser perguntado o motivo de não ter impedido a execução das crianças, Antônio afirmou que teve medo de também ser morto”, explicou Ramon. Apesar da tentativa de se eximir de envolvimento nos assassinatos, Pedrão foi visto rodando com o Fox do empreiteiro em Sacramento, onde mora, dias depois das execuções. Ele teria recebido o carro como pagamento pelo crime..