Conforme a Autopista Fernão Dias, concessionária que administra a rodovia, por volta das 10h15, a situação estava pior em Igarpé, entres os Kms 496 e 522. Em direção a SP, a fila de caminhões e carretas parados chegava a 17 quilômetros e, no sentido BH, nove quilômetros. Em Oliveira, entre os kms 616 e 622, o congestionamento era de cinco quilômetros em direção a BH e de um quilômetro na pista sul. Já em Perdões, a fila de veículos se prolonga por cerca de três quilômetros em ambos os sentidos. Do km 638 ao 636, na pista norte, sentido BH, em Santo Antônio do Amparo, havia dois quilômetros de congestionamento. A polícia informou também a manifestação já afeta o acesso à BR-262 em Betim.
Os motoristas protestam contra a alta do preço do óleo diesel e exigem o aumento do valor do frete. Eles reivindicam ainda a revisão da Lei 12.619, aprovada no Congresso e que deve ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Segundo a legislação, o motorista deve repousar 11 horas num prazo de 24 horas e parar por uma hora por refeição. Os caminhoneiros querem 8 horas de descanso.
A retenção no trânsito tem causado transtornos e prejuízos aos próprios caminhoneiros. É o caso do motorista Emerson Flávio da Conceição Costa, que teve o para-brisa do seu veículo, um Mercedes-Benz, quebrado depois de ser atingido por pedras. Alguns condutores não puderam comprar comida. Ja Vivaldo Silva Mendes, preso no protesto, recebeu a notícia da morte da mãe. Ele é da Ibirá, na Bahia.
No primeiro dia da manifestação, caminhoneiros que tentaram furar o bloqueio tiveram seus veículos apedrejados. Carros de passeio, ônibus e veículos de transporte de cargas vivas puderam transitar normalmente e não houve engarrafamento. O caminhoneiro Renato Martins de Almeida, de 39 anos, informou à reportagem do Estado de Minas no domingo que o movimento não tem data para acabar. No fim da manhã, a fila no sentido São Paulo já chegava no Bairro Citrolândia, em Betim. Segundo Renato, o preço do litro do óleo diesel para abastecer caminhões subiu de R$ 2,65 para R$ 2,90 antes do carnaval. O valor do pedágio também aumentou, de acordo com ele.
“Estamos pagando R$ 1,75 por eixo. No meu caso, que tenho carreta de seis eixos, são R$ 10,50 em cada um dos 18 pedágios de ida e volta a São Paulo. Quem contrata o frete não paga o pedágio e a despesa fica por nossa conta”, reclama. Vários outros aumentos acompanharam a alta do diesel, segundo Renato. “Almoço no restaurante teve reajuste e passou de R$ 15 para R$ 20. O borracheiro, que antes era R$ 30, passou para R$ 50. O preço de um pneu de caminhão subiu de R$ 1,5 mil para R$ 1,8 mil. Meu veículo tem 18 pneus. Está inviável trabalhar”, reclamou.
Para os motoristas que seguem sentido SP, a PRF sugere o desvio pela BR-262 até Juatuba, na Grande BH, e, em seguida, a MG-050 em Itaúna e a MG-431. Da rodovia estadual, os motoristas podem acessar novamente a BR-381, na altura de Itatiaiuçu.
No sentido contrário, os usuários que quiserem fugir do trânsito podem pegar a BR-354 em Perdões e seguir até Formiga (Centro-Oeste), acessando, em seqüência, a MG-050 em Juatuba. De lá, os condutores vão até Betim, onde trafegam na BR – 262 para, finalmente, chegar à Fernão Dias. (Com Luana Cruz e Pedro Ferreira)