Jornal Estado de Minas

Autoridades do Ministério Público vão ao Alto Paranaíba investigar atentado contra promotor

Representantes participaram de uma reunião na 9ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp). Promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha foi baleado na saída do prédio da Promotoria de Justiça de Monte Carmelo no sábado

Cristiane Silva Paula Carolina
- Foto: Unitri/Divulgação

Principais responsáveis pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) estão na Região do Alto Paranaíba para acompanhar as investigações do atentado ao promotor Marcus Vinícius Ribeiro Cunha, baleado na noite de sábado em frente à Promotoria de Justiça de Monte Carmelo. Eles trabalham juntamente com as polícias Civil e Militar e exigem uma resposta rápida ao atentado.

O procurador-geral de Justiça, Carlos André Mariani Bittencourt, está em Uberlândia para prestar solidariedade à família e acompanhar os trabalhos. De acordo com o Ministério Público, para Bittencourt, o atentando atinge não apenas uma autoridade, mas todas as instituições de segurança do estado.

O procurador-geral de Justiça está acompanhado do corregedor-geral do MPMG, procurador de Justiça Luiz Antônio Sasdelli Prudente; do coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), procurador de Justiça André Ubaldino; do subsecretário de estado e procurador de Justiça Rômulo Ferraz; e do coordenador de Planejamento Institucional do MPMG, Fabrício Ferragini.

Conforme o MP, todos participaram de uma reunião estratégica na 9ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), junto a outros promotores de Justiça do Gaeco e órgãos de segurança pública. A Procuradoria-Geral de Justiça (PCJ) de Minas Gerais divulgou uma nota de repúdio contra o atentado ao promotor.

O filho do ex-vereador Valdelei José de Oliveira, Juliano Aparecido de Oliveira, de 21 anos, confessou, no fim da tarde de domingo, ser o autor dos tiros que atingiram o promotor. O ex-vereador também foi preso, pois a polícia quer apurar melhor sua participação no crime.
Os dois estão detidos em Monte Carmelo, sob forte vigilância, uma vez que o crime teve enorme repercussão da cidade e a polícia teme desdobramentos. A vítima foi transferida ainda na noite de sábado para o Hospital Santa Clara, em Uberlândia, onde permanece internado. Na tarde de ontem, o estado de saúde do promotor era estável. O hospital deve divulgar um novo boletim ainda nesta segunda-feira.

Segundo um dos delegados responsáveis pelas investigações, Wilton José Fernandes, Juliano confessou depois de ter sido encontrada a arma usada para atirar no promotor, uma pistola calibre 380. Ele e o pai foram presos ainda na madrugada de domingo, depois que uma operação montada pelas polícias Civil e Militar colheu depoimentos de testemunhas e encontrou imagens dos suspeitos em câmeras de vigilância próximas ao local do atentado. Marcus Vinicius foi baleado pouco depois de sair do prédio da promotoria, onde passou a tarde trabalhando. Ele entrou no seu carro, por volta das 20h40 de sábado, e foi interceptado por um motoqueiro armado, que começou a atirar. Mesmo atingido por três tiros, o promotor conseguiu sair do carro e ser ajudado pelos clientes de um restaurante próximo.

A princípio, a Polícia Civil acreditava que Juliano teria cometido o atentado a mando do pai, numa espécie de acerto de contas, já que o ex-vereador foi alvo de denúncia do promotor em 2013, por envolvimento em fraudes de licitações na Câmara. Juliano, no entanto, inocentou o pai durante a confissão. Mesmo assim, ambos permanecem presos em Monte Carmelo e, segundo o delegado, alguns pontos ainda precisam ser esclarecidos. .