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Estado de Minas

Prefeito defende captação de patrocínio para bancar o carnaval em BH


postado em 24/02/2015 06:00 / atualizado em 24/02/2015 07:13

Organizadores do bloco Baianas Ozadas, que atraiu 100 mil pessoas, defendem lei específica para a festa(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS 16/2/15 )
Organizadores do bloco Baianas Ozadas, que atraiu 100 mil pessoas, defendem lei específica para a festa (foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/D.A PRESS 16/2/15 )

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, defendeu ontem o controle no número de blocos, maior planejamento dos trajetos e a captação de patrocínio para bancar o carnaval. Ele ressaltou que, embora a avaliação da festa tenha sido bastante positiva, é preciso “viver a experiência da utilização do espaço público da melhor maneira possível”.

Lacerda deu a entender que o número de blocos não deveria aumentar. “Nós conseguiríamos conviver com 200 blocos tranquilamente, mas será sempre necessário, apesar dos liberticidas dizerem que tem que ser espontâneo e andar onde quiserem, o direito de outras pessoas não comporta esse tipo de reivindicação”, disse ele, em entrevista à Rádio CBN.

Com base na experiência do Rio de Janeiro, ele disse que é essencial definir horário e trajetos para que o poder público mobilize infraestrutura e segurança.

O chefe do Executivo da capital invocou a experiência de outras capitais para dizer que é necessário que a festa seja patrocinada. “O carnaval custa muito caro, é preciso ter patrocínio. Em Salvador, a prefeitura arrecadou R$ 40 milhões de patrocinadores, Recife, R$ 15 milhões”, disse. Segundo ele, foram gastos R$ 5,5 milhões na festa belo-horizontina, sendo que R$ 3,5 milhões provenientes do setor privado.

‘O BRILHO DAS PESSOAS’

As declarações do prefeito  Marcio Lacerda não agradaram integrantes dos blocos responsáveis pelo maior público durante a folia. “O nosso carnaval já tem patrocínio: o brilho das pessoas. Foi assim que construímos essa festa coletiva e humanizada até agora”, afirmou um dos idealizadores do Então, Brilha! Christiano de Souza Oliveira, o Di Souza.

Segundo ele, o patrocínio colocaria em risco o que há de diferencial e mais bonito no carnaval de rua de Belo Horizonte. “A prefeitura deveria escutar, dialogar e atender as demandas de segurança para os blocos fazerem seus desfiles e não querer definir regras para eles”, avaliou.

Di Souza entende que os blocos deverão sair no horário por eles definidos e os custos serão bancados por meio de ensaios.

Para um dos idealizadores e vocalista do Baianas Ozadas, Geo Cardoso, os blocos “aconteceram” independentemente da Belotur.  “Os blocos são os grandes mobilizadores do público. São eles os grandes investidores. Trabalhamos nove meses para acontecer um mês de festa”, disse.

Géo lembra que, historicamente, o poder público tenta limitar o número de blocos e muitas vezes até o número de foliões, mas que isso é impossível.

“Se não tem o caráter espontâneo, deixa de ser uma festa popular.” O Baianas defende uma legislação específica para a festa. O músico lembrou que, por falta da existência de um entendimento do que é uma manifestação cultural de rua, o bloco quase foi impedido de desfilar na segunda-feira de carnaval devido às cobranças dos bombeiros em relação ao carro de som.

Uma das integrantes do Tchanzinho Zona Norte, a bióloga Laila Heringer lembrou que o carnaval de BH é de rua e não tem abadá, corda e não se cobra pela diversão. 


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