No Anel Rodoviário, nove dos 18 equipamentos eletrônicos ainda estão desligados desde que a Via 040, concessionária responsável por parte da rodovia, iniciou o recapeamento do asfalto, em outubro. O problema se repete em outros radares em Congonhas, Contagem e Ribeirão das Neves, todas no trecho concedido da BR-040. “A fiscalização mais intensa resulta sim em uma redução do índice de acidentes. A certeza do condutor de que poderá ser punido modifica o comportamento”, afirma o tenente-coronel Ledwan Cotta, comandante da unidade responsável pela fiscalização nas estradas estaduais da Grande BH.
Apesar da batida de ontem ter acontecido 20 metros depois de um dos 240 redutores desligados nas MGs, o militar aponta que ainda não é possível precisar o que houve entre os dois veículos pesados. O acidente foi por volta das 7h, no km 19 da MG-030, sentido Raposos/BH.
INATIVOS
No Anel Rodoviário, dos 18 equipamentos que fiscalizam o excesso de velocidade nos 26,5 quilômetros da via mais movimentada da cidade, nove continuam desligados no trecho de 10,5 quilômetros sob responsabilidade da Via 040. Seis estão na descida de cinco quilômetros entre os bairros Olhos D’água (Barreiro) e Betânia (Oeste). Apesar de os aparelhos serem contratados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), eles foram desligados para que a concessionária recapeasse o asfalto. Mas o serviço vem sendo concluído aos poucos desde janeiro e a autarquia ainda não providenciou o religamento. “O desligamento aumenta demais o risco de batidas. Ainda mais quando existem motoristas que sabem que está desligado e os que não sabem. Uns andam e outros diminuem bruscamente”, alerta o engenheiro eletricista Waldir de Souza.
O problema se repete na lombada eletrônica no km 602,8 da BR-040, em Congonhas. A presidente da Associação Comunitária do Bairro do Pires, Ivana Gomes, conta que o radar está desligado há mais de dois meses: “Já tivemos um caso de uma pessoa que quase foi atropelada.
O procurador federal Bernardo Augusto Teixeira de Aguiar, de 36, é morador do Vale dos Cristais, em Nova Lima, e reclama: “Eles estão posicionados justamente em pontos de descida da MG-030, considerados mais perigosos, e por isso deveriam estar funcionando”.
Em nota, o DER/MG informou que o contrato com a empresa responsável por operar os 240 radares nas rodovias estaduais venceu em outubro. Nova licitação foi publicada, mas questionamentos sobre o edital motivaram o adiamento, sem previsão de novo lançamento. De acordo com o tenente Geraldo Donizete, responsável pelo policiamento no Anel Rodoviário, o Dnit sinalizou que vai religar os nove equipamentos da rodovia nos próximos dias, informação que foi confirmada pela Via-040. Procurado pela reportagem, o órgão federal não se manifestou sobre o assunto.
Mais 10 equipamentos
A concessionária Via 040, responsável por 10,5 quilômetros da rodovia, está concluindo a instalação de mais 10 novos equipamentos, totalizando 28 em todo o trecho de 26,5 quilômetros do Anel Rodoviário. Os novos aparelhos representam metade dos 20 fiscais eletrônicos previstos em contrato para toda a extensão dos 936,8 quilômetros da BR-040 que foram concedidos à Via 040 em Minas, Goiás e Distrito Federal.
“Temos o Anel como um foco especial, porque é a região da rodovia que tem mais acidentes e uma circulação estimada em 150 mil veículos por dia. O contrato prevê que em abril eles estejam em condições de funcionar e vamos entregar antes disso”, informa o gerente de Operações da Via 040, André Araújo.
O gerente também diz que sete dos 10 equipamentos novos, que estão colocados no sentido Rio de Janeiro, a maioria em uma subida, terão velocidade máxima para os veículos de passeio de 80km/h, diferentemente dos demais aparelhos, que operam com a máxima de 70km/h para os carros pequenos em todo o restante do trecho. “.