O governo do estado inicia hoje as ações efetivas para reduzir o consumo de água e amenizar os efeitos da crise hídrica. Estão previstas reuniões em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, e em Montes Claros, no Norte de Minas, hoje, com participação de prefeitos e empresários. A expectativa é de que sejam anunciadas as primeiras medidas práticas para cumprimento da meta de redução do consumo de água em 30%.
No início de fevereiro, diante do agravamento do problema, com a redução do nível dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte, por meio decreto assinado pelo governador Fernando Pimentel, foi criada uma força-tarefa para o enfrentamento da crise hídrica. Na ocasião, o governo estadual também anunciou a meta para redução de 30% do consumo de água, mas não mencionou medidas mais drásticas para diminuir o gasto, como racionamento ou sobretaxa de quem consumir acima de limites estipulados.
O Norte de Minas e os vales do Jequitinhonha e do Mucuri são as regiões mineiras que, historicamente, sofrem com o problema da escassez de água, que, de meados do ano passado para cá, diante de uma das piores estiagens da história, atingiu também outras regiões mineiras, como o Triângulo e Centro-Oeste, além da própria região metropolitana. A expectativa é de que, hoje, além de medidas para diminuir o consumo, também serão anunciadas ações para levar água para as comunidades rurais atingidas pela seca. “Mas as ações somente serão divulgadas durante as reuniões. Por enquanto, tudo é segredo’, disse ontem, uma fonte da Copasa.
Em Teófilo Otoni, o encontro será realizado na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Já em Montes Claros, a reunião acontecerá no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), sendo esperados 93 prefeitos norte-mineiros. No município, com 384 mil habitantes, não há problema de falta de água, tendo em vista que a barragem que abastece Montes Claros (Sistema Rio Verde Grande) está com 55% da capacidade, com volume suficiente para suportar todo o período de estiagem deste ano, garante a Copasa.
Mas existem outros municípios em que a situação é crítica, como Monte Azul, Espinosa, Taiobeiras e Francisco Sá. Esta, que não é atendida pela Copasa, está em estado de calamidade pública desde meados de janeiro, enfrentando o racionamento, pois a barragem do Rio São Domingos, que abastece o município, encontra-se com 10% de sua capacidade.