Mudança nos rumos da implantação de tubulação de gás. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) suspendeu a execução das obras da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) na capital e não vai licenciar novos serviços até que a empresa faça a recomposição do asfalto em vias públicas dos bairros Sion, Belvedere e Lourdes, na Região Centro-Sul, e Buritis, na Oeste. O secretário municipal de Serviços Urbanos, Pier Giorgio Senesi Filho, disse ontem que a diretoria técnica da companhia acatou a decisão, em reunião no início da semana, e vai apresentar cronograma das etapas de recuperação. “Se a Gasmig continuar trabalhando sem nova autorização, as obras serão embargadas”, afirmou.
Segundo o secretário, a companhia obteve, desde que começou a operar na capital em 2013, documentação e licenciamento necessários ao desenvolvimento do projeto. “O problema é que recebemos muitas reclamações dos moradores a respeito da pavimentação, o que foi comprovado pela fiscalização”, disse Senesi, ressaltando que o pior resultado, com características de “inacabado”, ficou na recomposição provisória das ruas – o equivalente a 40% do serviço em áreas de quatro bairros onde a tubulação foi implantada. Nas “tiras” de asfaltos deixadas pela Gasmig para cobrir as valetas, há buracos, desnível na pista, pedras soltas, massa asfáltica mole e outros problemas. “Esse serviço provisório não poderia ficar mais do que 15 dias”, explicou o secretário.
A diretoria da Gasmig se comprometeu ainda a apresentar à PBH um plano com as obras a serem executadas este ano, com horários de operação e outros aspectos, a fim de evitar problemas no trânsito e também para os pedestres. “Obras em logradouros públicos têm que cumprir a legislação, e isso não é só para essa empresa, mas também para água, energia elétrica e outras.
Na tarde de ontem, conforme constatou o Estado de Minas, uma equipe de operários trabalhava na esquina das ruas Haiti e Patagônia, no Sion, um dos pontos campeões em queixas de moradores, tanto devido aos transtornos no trânsito quanto às intervenções feitas no local. “O que fizeram aqui foi remendo, e não recomposição”, comentou o empresário Laércio Endrigo Júnior, residente no bairro há quatro anos. “Obras desse porte são muito importantes, em especial o fornecimento de gás natural canalizado”, disse Laércio. Tentando manobrar o carro para entrar na garagem, embora sem muito sucesso devido ao movimento na Rua Haiti, o estudante de engenharia Davi Reis, de 20 anos, não está gostando do que vê. “Se for para ficar assim, é porque está malfeito”, lamentou.
SEM RESPOSTA
A reportagem do EM entrou em contato com a Gasmig. Segundo a assessoria de imprensa, não havia nenhum diretor para falar sobre o assunto. Também não foi informado se a equipe que trabalhava na tarde de ontem, no Bairro Sion, dava continuidade às obras de implantação da tubulação de gás – o que contraria o acerto com a PBH –, ou já estava fazendo a reconstituição do asfalto.