Jornal Estado de Minas

PBH suspende obras da Gasmig por falta de recomposição do asfalto

Licença da companhia de gás para executar novos serviços fica barrada enquanto empresa não fizer reparos em ruas que passaram por intervenções no Sion, Belvedere, Lourdes e Buritis

Gustavo Werneck

Funcionários da companhia executavam obras ontem na Rua Haiti, no Bairro Sion, na Região Centro-Sul: empresa não informou se já são reparos - Foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

 

Mudança nos rumos da implantação de tubulação de gás. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) suspendeu a execução das obras da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) na capital e não vai licenciar novos serviços até que a empresa faça a recomposição do asfalto em vias públicas dos bairros Sion, Belvedere e Lourdes, na Região Centro-Sul, e Buritis, na Oeste. O secretário municipal de Serviços Urbanos, Pier Giorgio Senesi Filho, disse ontem que a diretoria técnica da companhia acatou a decisão, em reunião no início da semana, e vai apresentar cronograma das etapas de recuperação. “Se a Gasmig continuar trabalhando sem nova autorização, as obras serão embargadas”, afirmou.

Segundo o secretário, a companhia obteve, desde que começou a operar na capital em 2013, documentação e licenciamento necessários ao desenvolvimento do projeto. “O problema é que recebemos muitas reclamações dos moradores a respeito da pavimentação, o que foi comprovado pela fiscalização”, disse Senesi, ressaltando que o pior resultado, com características de “inacabado”, ficou na recomposição provisória das ruas – o equivalente a 40% do serviço em áreas de quatro bairros onde a tubulação foi implantada. Nas “tiras” de asfaltos deixadas pela Gasmig para cobrir as valetas, há buracos, desnível na pista, pedras soltas, massa asfáltica mole e outros problemas. “Esse serviço provisório não poderia ficar mais do que 15 dias”, explicou o secretário.

A diretoria da Gasmig se comprometeu ainda a apresentar à PBH um plano com as obras a serem executadas este ano, com horários de operação e outros aspectos, a fim de evitar problemas no trânsito e também para os pedestres. “Obras em logradouros públicos têm que cumprir a legislação, e isso não é só para essa empresa, mas também para água, energia elétrica e outras.

Queremos que a companhia execute bem seu projeto, que cause menos transtornos e faça a recomposição do asfalto com produto de boa qualidade”, disse Senesi.

Na tarde de ontem, conforme constatou o Estado de Minas, uma equipe de operários trabalhava na esquina das ruas Haiti e Patagônia, no Sion, um dos pontos campeões em queixas de moradores, tanto devido aos transtornos no trânsito quanto às intervenções feitas no local. “O que fizeram aqui foi remendo, e não recomposição”, comentou o empresário Laércio Endrigo Júnior, residente no bairro há quatro anos. “Obras desse porte são muito importantes, em especial o fornecimento de gás natural canalizado”, disse Laércio. Tentando manobrar o carro para entrar na garagem, embora sem muito sucesso devido ao movimento na Rua Haiti, o estudante de engenharia Davi Reis, de 20 anos, não está gostando do que vê. “Se for para ficar assim, é porque está malfeito”, lamentou.

SEM RESPOSTA

A reportagem do EM entrou em contato com a Gasmig. Segundo a assessoria de imprensa, não havia nenhum diretor para falar sobre o assunto. Também não foi informado se a equipe que trabalhava na tarde de ontem, no Bairro Sion, dava continuidade às obras de implantação da tubulação de gás – o que contraria o acerto com a PBH –, ou já estava fazendo a reconstituição do asfalto.

 

"O que fizeram aqui foi remendo, e não recomposição", Laércio Endrigo Júnior, empresário, morador do Sion - Foto: Fotos: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press 

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