O temporal acompanhado de granizo registrado em Belo Horizonte na tarde desta sexta-feira foi mais intenso na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em pouco mais de 30 minutos, o acumulado de água atingiu 35,2 milímetros, o que é considerado um nível alto pelos meteorologistas pelo curto espaço de tempo. Mesmo assim, os profissionais alertam que precipitações deste tipo não são de grande valia para os reservatórios, que seguem abaixo do nível na região metropolitana. A situação segue estática mesmo com fevereiro já registrando 35% a mais de chuva da média para o mês.
Pouco mais de 30 minutos de chuva foram o suficiente para a capital mineira apresentar várias ocorrências. Alagamentos foram registrados em diferentes pontos da capital mineira. Sinais de trânsito ficaram em flash e árvores caíram. Por causa dos incidentes, o trânsito ficou caótico, principalmente nas regiões Central e Centro-Sul. O Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, opera por instrumentos.
De acordo com o meteorologista Luiz Ladeia, do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as regiões do Hipercentro e Centro-Sul foram as mais atingidas. “Foi um temporal rápido que durou de 30 a 35 minutos. Somente na Região Centro-Sul, principalmente no Centro da cidade e nos bairros Gutierrez e Savassi, o acumulado foi de 35 milímetros de água. Na área do BH Shopping, choveu apenas 4 milímetros, e na Pampulha não conseguimos registrar precipitações”, afirmou. A região Leste teve acumulado de 22 milímetros e as demais regiões não atingiram 12 milímetros. Os ventos chegaram a uma velocidade de 40 quilômetros por hora.
A chuva foi provocada por uma área de instabilidade provocada pela massa de ar quente que estava atuando na capital mineira. Essa situação é propícia para chuvas fortes e pancadas. “No fim de semana, a situação deve se repetir”, afirma o meteorologista. Mesmo com a grande intensidade do temporal, Ladeia explica que a situação não ameniza os reservatórios. “Se fosse mais abrangente, teríamos respostas. Em termos de recuperação, não há muita respostas. Na verdade, a chuva forte causa mais problemas do que soluções. Mas de qualquer forma vem alimentando BH."
A situação dos reservatórios poderia ser ainda mais crítica. Em fevereiro, a chuva trouxe um pouco de alívio aos moradores da capital mineira. Até esta sexta-feira, choveram 264 milímetros, superando em 35% a média para o mês, que é de 188,4 milímetros. Para se ter uma ideia, em janeiro deste ano foram registrados apenas 94,8 milímetros de precipitações, para uma média de 319,4 no período.
Os temporais serviram para deixar os reservatórios com níveis estáveis nos últimos dias. Nos últimos três dias, o Sistema Paraopeba se manteve com 30,3% da sua capacidade. Rio Manso teve uma leve queda em relação a quarta-feira, passando de 43,2% para 43%. Vargem das Flores continuou em 29,9%. Já o reservatório Serra Azul foi o único que apresentou aumento, passando de 8,7% para 8,9%.
A vazão do Rios das Velhas também teve aumento em relação a quarta-feira. Segundo a Copasa, nesta sexta-feira estava em 21,2 metros cúbicos por segundo, contra 18,6 metros cúbicos por segundo da medição de três dias atrás.