A liberação do auditório Topázio, no Minascentro, na área central de BH, vai depender de uma avaliação do Corpo de Bombeiros. O órgão informou que os responsáveis pelo centro de convenções terão que fazer reparos no teto, que ameaça cair por causa de uma infiltração, para depois solicitar a vistoria. Por causa do problema, uma formatura da turma de direito da Universidade Fumec foi cancelada na sexta-feira. Pelo menos outros dois eventos da instituição estão marcados para este fim de semana.
Operários do Minascentro trabalham na manhã deste sábado para tentar liberar o local. Segundo uma funcionária da Prominas, responsável pelo espaço, o gerente já providencia os reparos para solicitar a vistoria. Porém, ainda não há um horário marcado para a avaliação dos bombeiros. Somente depois do aval dos militares é que poderá ter os eventos.
Nessa sexta-feira, o local foi interditado no começo da noite, depois de constatada uma infiltração na forração de gesso do teto. Uma equipe do Corpo de Bombeiros fez uma vistoria no prédio e tomou a decisão diante do risco de que parte do revestimento pudesse se soltar. Mesmo com um isolamento das cadeiras sob a área afetada, os organizadores acharam prudente cancelar a cerimônia. “O gesso está encharcado de água e existe o risco de queda. Se isso ocorre, num auditório cheio, pode haver tumulto, com consequências imprevisíveis”, afirmou o tenente Fabrício Eduardo Dalfior , do 1º BBM.
Do lado de fora do Minascentro, os formandos que chegaram duas horas antes do evento, marcado para as 20h de ontem, estavam revoltados. Alguns ligaram para o telefone do 190 da Polícia Militar. Duas equipes da PM foram ao local, e os universitários foram orientados a registrar um boletim de ocorrência em uma unidade da corporação. “Isso é uma falta de respeito. Chegamos aqui às 18h, como foi marcado pela universidade. E, mesmo sabendo do problema, só nos informaram do cancelamento por e-mail e mensagem nos celulares agora que falta uma hora para a chegada dos convidados. Estamos todos indignados e vamos decidir que medidas legais adotaremos”, desabafou a estudante Izabella Melo, de 24 anos, uma dos 150 alunos que aguardavam a cerimônia, a ser realizada em nova data.
O formando Felipe Zanetti, de 25, mais tranquilo, contou que chegou no Minascentro às 17h42. “Entrei no auditório e vi que naquele momento os bombeiros encerraram a vistoria e disseram que não deveria ser realizada a cerimônia, pois havia risco. Por ser um prédio que recebe eventos de grande porte, acho estranho que não tenha uma manutenção preventiva para enfrentar um temporal. Não sei se pode-se dizer que isso foi apenas um incidente, imprevisível”, disse.
A diretora de Operações do Minascentro, Sílvia Lúcia Rocha, afirmou que o prédio passa sempre por manutenção, mas que ontem ocorreu uma situação que fugiu ao controle. “As calhas não suportaram o volume da chuva. Houve infiltração e os bombeiros constataram o risco de desabar. Não poderíamos colocar 1,7 mil pessoas no auditório em situação de risco”, ponderou. Em abril de 2014, situação semelhante havia aconteceu durante feira no Minascentro.
O professor Eduardo Lima, reitor da Fumec, lamentou o incidente. “Não são apenas os alunos que sofreram com a situação. Nós da universidade também estamos sentidos. Mas não dá para colocar em jogo a segurança das pessoas”, afirmou. Ontem mesmo operários realizavam reparos no teto do auditório.